Três funcionárias, com idades entre 20 e 24 anos, que trabalham em uma cafeteria em Guarujá, no litoral de São Paulo, afirmam ter sofrido importunação sexual por parte de um cliente, que segundo elas, aparentava ter mais de 70 anos. Ao g1, uma das vítimas, que não quis se identificar, relatou que o homem ficou com o pênis ereto à mostra e sorrindo para uma das funcionárias.
“Não consegui dormir a noite. Eu tive pesadelo, fiquei traumatizada. No outro dia de manhã, ao abrir a loja, eu não conseguia me acalmar e meu marido teve que vir passar a manhã comigo, porque eu estava com muito medo e assustada. Chegava um cliente, eu achava que era ele [o idoso]”, desabafou uma atendente.
O idoso foi flagrado por câmeras de monitoramento com o órgão genital para fora ao levantar da cadeira e caminhar até o caixa do estabelecimento, localizado à Rua Mário Ribeiro, no Centro.
De acordo com uma funcionária, esta foi a primeira vez que este homem entrou na cafeteria. Ao chegar, ele teria dito que não sabia da existência deste comércio, mas que ficou feliz em saber. “Depois, já na mesa, ele olhou para uma das meninas e sorriu, com aquele sorriso que você olha e percebe que a pessoa está com maldade”, contou a denunciante, que após a chegada do idoso saiu para almoçar.
No salão da cafeteria permaneceram duas atendentes, entre elas a que foi alvo do ‘sorriso’ do homem. Ela afirmou à reportagem que ele agiu de forma proposital.
“Ele abriu as pernas e colocou o pênis para fora, estava totalmente exposto e ereto. Eu automaticamente olhei para o rosto dele e ele sorriu para mim. Então eu virei o rosto e fui para o canto. Contei para a outra funcionária e ela automaticamente foi verificar, e realmente o velho estava com as pernas abertas e com o pênis para fora. Nós duas ficamos sem reação”, desabafou.
A colega reafirmou que as duas não sabiam como reagir, e acrescentou que achou a atitude do importunador ‘nojenta e escrota’. “Meu sentimento foi de nojo, medo e impotência”, completou.
Assim que voltou do almoço, a dupla relatou à terceira funcionária sobre o ocorrido. Ela, então, foi resgatar as imagens do monitoramento. “Quando eu vi as imagens das câmeras, fiquei me sentido muito mal, muito vulnerável”, confessou.
Mesmo se sentido indefesa, a terceira atendente afirma ter ido até a sede do 21º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPMI), que fica próximo à cafeteria, e relatado aos militares sobre o ocorrido. Os agentes a orientaram a levar as imagens até a delegacia para registrar um Boletim de Ocorrência, e caso o suspeito voltasse, chamar a PM. “Meu chefe tentou fazer o BO na delegacia, mas falaram que por não ter o flagrante, não daria para fazer”.
Mesmo com a negativa para a elaboração do boletim, a funcionária afirmou ao g1 que vizinhos de outros estabelecimentos relataram que este idoso passa frequentemente pelas ruas da região. “Acredito que ele tenha feito a importunação sexual de propósito. Ele passa sempre na rua com esse short extremante curto e sem roupa íntima. Dava para ver no jeito dele que ele estava agindo com maldade”, finalizou.
O g1 questionou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) sobre a atitude dos agentes na Delegacia de Guarujá. Por telefone, a pasta comunicou que irá apurar o caso.