Catarina Orduña Pérez, uma senhora de 99 anos, fez um pedido inusitado para sua família antes de falecer. Ela solicitou que ao ser enterrada fosse colocado em cima de seu túmulo uma estátua de um pênis gigante.
A família deu ouvidos ao pedido da anciã e, no final de semana, instalaram em um cemitério do México uma escultura de 300 kg. O caso aconteceu na pequena cidade de Misantla, no estado oriental de Veracruz, e segundo Álvaro Mota Limón, neto de Doña Cata, como era carinhosamente conhecida e chamada pelos familiares e amigos, “ela queria quebrar o paradigma de tudo que é mexicano, onde as coisas às vezes ficam escondidas por não ter uma mente aberta”, disse em entrevista ao jornal norte-americano VICE World News, lembrando que no país o machismo é bastante presente.
“Ela sempre foi muito vanguardista, muito progressista sobre as coisas”, acrescentou. Álvaro relatou que a avó tinha uma afinidade com pênis e pelo que acreditava que eles representavam, por isso, sempre chamava sua família de “vergas” – significa pau em português -, que no sentido positivo da palavra é um elogio e quer dizer que alguém é “legal” ou “foda”.
Álvaro aproveitou a entrevista á VICE World News e o momento para falar sobre como sua avó levou a vida. Ela “enxergou a vida com muito otimismo e que os problemas não deveriam nos sobrecarregar” e que o significado de vergas estava associado a não desistir. “Quando surgiam problemas, você precisava enfrentá-los de frente”, acrescentou e contou que ao longo dos anos Doña Cata solicitou que ao morrer, um pênis gigante fosse colocado em cima de seu túmulo. Ele disse que no início não levou o pedido muito a sério. Mas após a morte da avó em 20 de janeiro de 2021, ele e a família se reuniram e conversaram sobre o assunto, foi então que decidiram realizar o último desejo de Doña Cata. A produção da escultura não foi nada fácil, além de ter demorado em torno de um mês e contado com uma equipe de 12 pessoas, a primeira tentativa não deu certo e foi necessário reiniciar o processo. A estátua foi instalada no dia 23 de julho e rapidamente ganhou atenção, não só das pessoas no cemitério como nas redes sociais.
Álvaro estima que “de cada 10 pessoas, cerca de sete veem a estátua positivamente, e se não veem, pelo menos respeitam”. Porém, ele ressalta que tem aqueles que “em seus valores conservadores são muito fechados, muito quadrados, que veem isso mal.”