Uma moradora de Cardoso pode se tornar um símbolo regional da luta contra o coronavírus. Aos 107 anos de idade e portadora de um enfisema pulmonar, Maria Rosaria recebeu alta na segunda-feira (20) depois de fazer todo o acompanhamento médico, por sua unidade básica de saúde, dentro de casa.
A aposentada, que nasceu no dia 04 de maio de 1913, apresentou os primeiros sintomas da doença no último dia 5 e inspirou os cuidados da ESF (Estratégia de Saúde da Família) Deolisia Ferreira Borges, mais conhecido como Postinho da Urias.
De acordo com o enfermeiro da unidade, Danilo Bombarde de Azevedo, que acompanhou a idosa desde o início do tratamento ao lado do médico José Ricardo Amadeu Magro, apesar do quadro preocupante em razão da idade avançada e da comorbidade já pré-existente, ela não precisou ser internada em nenhum momento do tratamento.
“Nós ficamos muito preocupados por conta dos fatores de risco, então fazíamos visitas domiciliares todos os dias e aos finais de semana mantínhamos um monitoramento por telefone, mas felizmente ela respondeu muito bem e não precisou ser internada”, contou o profissional da Saúde.
Ainda conforme o enfermeiro, o atendimento precoce da paciente foi preponderante para sua recuperação. Ela começou a ser atendida logo no terceiro dia de infecção e passou a receber os cuidados com Ivermectina e Azitromicina.
“Para nós é muito gratificante, pois é nessas horas que vemos o trabalho que a gente vem fazendo. Nossa alegria é muito grande de poder acompanhar um marco na luta contra essa doença e foi uma luta conjunta de toda a equipe do postinho, que nos apoiou a todo o momento, e dela própria que demonstrou uma força enorme nessa batalha”, completou.
Gratidão
Procurada pelo jornal A Cidade, Maria Aparecida Soares, que é filha da centenária Maria Rosaria, disse que o momento é de gratidão, primeiramente a Deus, depois aos profissionais da saúde da cidade e à família, em especial a neta Lorena Soares Pinheiro, de apenas 17 anos, que ajudou nos cuidados a todo momento.
“Só tenho que agradecer. Somos uma família de muita fé em Jeová e ele esteve com a gente a todo momento. O pessoal do postinho também foi maravilhoso, vinha ver ela todo dia, ligava duas três vezes para ver como ela estava, não deixaram ela um momento sequer. Minha neta Lorena foi uma guerreira também e me ajudou muito, pois eu estou com 78 anos e já não tenho tanta força para cuidar da minha mãe, então ela foi maravilhosa. Só tenho a agradecer pela vida da minha mãe”, disse.
Maria Aparecida contou ainda que logo que ficaram sabendo dos exames positivos todos que moram na casa (são em seis) iniciaram uma quarentena rígida e tomaram todos os cuidados durante o tratamento de Maria Rosaria, de modo que nenhum deles apresentou sintomas da doença.