domingo, 22 de setembro de 2024
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HSBC confirma possibilidade de deixar o Brasil em até dois anos

O presidente do HSBC no Brasil, André Guilherme Brandão, confirmou que o banco britânico estuda deixar o país. Em encontro com o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), André disse…

O presidente do HSBC no Brasil, André Guilherme Brandão, confirmou que o banco britânico estuda deixar o país. Em encontro com o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), André disse que a subsidiária brasileira ainda tenta demover os ingleses da ideia de vender seus ativos, com o argumento de que o mercado nacional é importante para a instituição financeira. O executivo ponderou que, caso seja concretizada, a transação levará de um a dois anos para ser concluída.
“Ele [André] me disse que há uma decisão de reposicionamento mundial do banco, não é algo específico com o Brasil. Eles acreditam que o país é um mercado muito importante. Este é o argumento que tem sido usado pela equipe brasileira para o banco continuar aqui. Mas a decisão não passa por eles”, disse Fruet ao Congresso em Foco. Os dois se encontraram ontem (27) em São Paulo.

O banco tem mais de 21 mil funcionários e aproximadamente 850 agências em todo o país. Em fevereiro, o HSBC anunciou que a filial brasileira teve prejuízo de US$ 247 milhões no ano passado. Foi o pior resultado entre todas as subsidiárias latino-americanas. Pivô de um escândalo bilionário de evasão de divisas e sonegação fiscal, o chamado caso Swissleaks, a instituição tem apontado a saída de mercados emergentes como estratégia para cortar custos e riscos.

Empregos e receita

A possibilidade de um dos maiores bancos do mundo deixar o país preocupa o prefeito de Curitiba, cidade que abriga a sede da instituição no Brasil. O HSBC emprega diretamente 7,5 mil pessoas na capital paranaense e recolheu aos cofres da prefeitura R$ 85 milhões em Imposto sobre Serviços (ISS) só no ano passado. Isso equivale a 8% de todo o ISS arrecadado pelo município em 2014.

No Brasil desde 1997, quando comprou o banco paranaense Bamerindus, o HSBC movimenta outros setores da economia curitibana, como o de tecnologia da informação (TI). Fruet admite o receio da prefeitura com a perda de receita e empregos. Segundo ele, os dirigentes da instituição financeira no Brasil sinalizaram com um processo de transição caso o banco seja vendido – total ou parcialmente.

“Eles me disseram que uma operação dessa natureza não se concretiza em menos de um ou dois anos. Isso dá tempo para avançarmos nas conversas”, avaliou o pedetista. “Além da questão financeira, temos projetos sociais, o evento de Natal na Rua das Flores, que é promovido pelo HSBC. Esse cenário gera todo tipo de apreensão”, acrescentou.

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