O hotel na Austrália onde o sérvio Novak Djokovic está hospedado foi acusado de servir refeições com larvas e pão com mofo para pessoas mantidas no local à espera de visto ou asilo.
O número 1 mundial do tênis foi levado ao Park Hotel, localizado no subúrbio de Carlton, em Melbourne, depois que seu visto fora rejeitado na noite de quarta-feira (5/1) por não ter sido vacinado contra a Covid-19.
A ida de Djokovic para disputar o Australian Open (um dos Grand Slams da temporada) era uma especulação, até o tenista confirmar presença nesta semana, quando anunciou que conseguira uma isenção da obrigatoriedade do comprovante de vacinação. Já no avião, ele soube de um problema referente ao visto, pois não teria preenchido o formulário correto para o tipo de passe solicitado. Apesar de o atleta não revelar se recebeu a vacina, ele e a família já deram declarações de que recusariam as doses.
O tenista 34 anos agora enfrenta a perspectiva de ser deportado depois que a Força de Fronteira Australiana alegou que ele “não forneceu evidências adequadas para atender aos requisitos de entrada”. Ele poderá permanecer no hotel até segunda-feira (10/1), enquanto um recurso é analisado.
Em Belgrado (Sérvia), Dijana Djokovic, a mãe do atleta, disse que o filho está sendo “tratado como um prisioneiro”.
“Isso não é justo, não é humano. Espero que ele se mantenha forte e vença”, protestou ela.
Djokovic foi mantido por várias horas no aeroporto de Melbourne antes de ser transferido para o Park Hotel.
Mas o hotel, que tem sido usado para hospedar detidos pelo governo em busca de visto ou asilo na Austrália, foi bastante criticado por suas más condições e qualidade dos alimentos, contou reportagem do “Metro”.
No mês passado, surgiram fotos nas redes sociais de refeições que supostamente eram servidas a detidos, incluindo vermes vivos ao lado de uma tigela de frango com brócolis e pedaços de pão mofado.
“Mesmo um animal não pode comer este tipo de comida”, disse Hossein Latifi, que também está hospedado no hotel, ao postar imagens em rede social. Ele afirmou que passou mal depois de comer a refeição.
“Duas vezes eu vomitei. Eu também vomitei de uma refeição de atum alguns dias atrás. Isso não é saudável, não é uma boa comida”, acrescentou ele.
Ian Rintoul, porta-voz da Refugee Action Coalition (entidade de amparo a refugiados), disse que ficou “horrorizado” com as fotos que viu do pão mofado e das larvas.
“Elas estavam vivas no prato de plástico. As pessoas se recusaram a comê-lo e exigiram que fosse levado embora”, disse ele. “Não foi comprado nenhum outro alimento para substituí-lo. Então, eles comeram a comida infestada de vermes, o pão mofado, ou ficaram com fome. A maioria ficou com fome”, completou.
No mês passado, houve dois incêndios no hotel.