domingo, 20 de abril de 2025
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Hospital do Servidor de SP realiza procedimento duplo inédito na saúde pública do Brasil

Hospital do Servidor de SP realiza procedimento duplo inédito na saúde pública do Brasil O Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) de São Paulo realizou um procedimento duplo inédito na…

Hospital do Servidor de SP realiza procedimento duplo inédito na saúde pública do Brasil

O Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) de São Paulo realizou um procedimento duplo inédito na saúde pública do Brasil para tratar arritmia cardíaca e prevenir Acidente Vascular Cerebral (AVC) no mês de fevereiro. A cirurgia híbrida foi feita com as técnicas de ablação por radiofrequência termomodulada para arritmia e de oclusão do apêndice atrial esquerdo para reduzir o risco de AVC. O tratamento é uma alternativa aos pacientes com contraindicação a anticoagulantes. Este é um marco na terapêutica das doenças cardiovasculares na saúde pública do país.

O procedimento duplo é uma alternativa para os pacientes com arritmia cardíaca atrial com contraindicação ao tratamento tradicional com anticoagulante. A terapêutica clássica também ajuda na prevenção de AVC e, quando não executada por qualquer razão, expõe o doente a dois problemas sérios de saúde. O quadro é ainda mais grave para idosos com hipertensão e diabetes, comorbidades que impactam no funcionamento ideal do organismo.

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A primeira intervenção ocorreu para tratar a arritmia cardíaca atrial esquerda. O problema é consequência de alterações nas veias pulmonares ligadas ao coração, que mandam estímulos que fazem as câmeras superiores – os átrios – do órgão se movimentarem de modo desordenado. São sintomas comuns palpitação, cansaço e risco aumentado de AVC. Por meio da ablação por radiofrequência termomodulada, os pontos irregulares são “cauterizados”, tratando a doença.

O procedimento de ablação é minimamente invasivo, pois é realizado com um catéter que é passado pela virilha do paciente até as veias pulmonares do coração. Por meio deste mesmo percurso, também é feita a introdução do dispositivo de oclusão de apêndice atrial esquerdo. A ferramenta previne a ocorrência de AVC, pois fecha o apêndice do coração que não tem utilidade fisiológica, mas acumula sangue e facilita o desenvolvimento de coágulos. Os trombos desprendidos dessa região podem ser levados pela corrente sanguínea e causar o acidente.

Para determinar a elegibilidade do procedimento de oclusão de apêndice atrial esquerdo, uma comissão de clínicos, cardiologistas e médicos intervencionistas do HSPE foi criada e chamada de “heart team”. Fazem parte da equipe: Dr. Werlley Januzzi, Dr. George Cesar Gimenez, Dr. Rodrigo Daghlawy, Dr. José Marcos Moreira e Dr. Ney Valente.

Duplo procedimento

Os dois procedimentos – a ablação e a oclusão do apêndice atrial esquerdo – têm duração de até seis horas e alta médica em três dias, além de eficácia superior a 98%. Os resultados são sentidos poucas horas depois da operação. No caso da arritmia cardíaca é instantâneo, pois o coração passa a realizar o movimento ideal imediatamente após a cauterização. Já os benefícios da oclusão são sutis, uma vez que o desenvolvimento de trombos no apêndice atrial é assintomático.

O chefe de setor de arritmia cardíaca invasiva do HSPE, o Dr. José Marcos Moreira, explica que a realização dos dois procedimentos proporciona saúde e tranquilidade aos pacientes. “É uma operação com dois benefícios, o fim dos desconfortos das arritmias cardíacas e dos riscos de AVC para essa população”, pontua empolgado.

O dispositivo utilizado no procedimento de oclusão de apêndice atrial esquerdo é produzido pela Boston Scientifie e se chama “Watchman FLX”, sendo que os cateteres e procedimentos da ablação são proporcionados pela farmacêutica Abbot. O Watchman FLX representa um avanço crucial na prevenção do AVC em pacientes com fibrilação atrial não valvar, oferecendo uma alternativa segura e eficaz para pacientes que não podem usar anticoagulantes. Com sua implantação, há uma significativa redução do risco de AVC, permitindo que os pacientes levem uma vida mais tranquila e saudável. Além disso, o custo do implante é consideravelmente inferior ao tratamento de um AVC, que pode envolver cuidados paliativos prolongados.

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