O Hospital de Câncer vai importar médicos oncologistas da Europa para atuar no Brasil, nas suas unidades de Barretos e de Jales. A informação é do diretor do hospital, Henrique Prata, que revelou que há capacidade estrutural ociosa na instituição, devido à falta de profissionais especializados. “Já estamos tratando da burocracia para trazermos esses profissionais e ampliar o atendimento ao teto para o qual estamos equipados”, disse Prata, por telefone, em entrevista exclusiva ao jornal A Tribuna, na manhã da quinta-feira, dia 17.
As principais necessidades são oncologistas pediatras, anestesistas, nefrologistas, além de radiologistas.
Somente em Barretos, cerca de 300 pacientes deixam de ser atendidos diariamente, por conta da demanada ociosa, pela falta de profissionais. “Estão sendo formados poucos profissionais a cada ano, o que faz com que se acirrem a disputa por estes profissionais. Se há falta de médicos no geral, imagine para tratamento de cancer”, comentou.
MERCADO
O diretor negou que a causa para a baixa oferta de profissionais seja devido a salários pouco-atraentes, hoje em torno de R$ 17 mil no geral. No Hospital de Câncer, os salários sao maiores e podem chegar a R$ 30 mil, porém, condicionados à exclusividade, e também com a disponibilidade para pesquisas e publicações.
Ainda de acordo com informações de Prata, para Jales serão contratados cerca de seis médicos, o suficiente, como relata, para suprir os 20% de demanda reprimida na unidade jalesense. Para Barretos, serão buscados outros cerca de 30 especialistas. “Esse problema da falta de médico, a gente já vem falando faz tempo, mas só agora vem ganhando importãncia. E a tendência é de que a escassez de mão de obra em oncologia aumente. Você vai ver no que vai dar isso lá na frente”, alertou, observado que há falta de médicos também nos sistemas de saúde de outras especialidades, fora a oncologia.
AMPLIAÇÃO
Essa demanda reprimida por conta de falta de mão de obra, ao contrário do que sugere, não será aumentada após as ampliações pelas quais passa a Unidade III de Jales. Segundo Prata, estão sendo construidos a UTI e o Centro Cirúrgico oncológicos e há maior disponi-bilidade de especialistas para esses setores. “Lá não teremos problemas, porque a baixa demanda não chega lá”.
A expectativa é de que o atendimento seja aumentado após essa primeira ampliação do recem inaugurado hospital em Jales. Prata diz que há procedimentos que não estão sendo feitos em Jales, porque a unidade não dispõe do chamado socorro emergencial imediato. “No caso de complicações em uma cirurgia, por exemplo, teriamos que levar ás pressas para Barretos”, observa , para finalizar. “Com o Centro Cirúrgico e a UTI, poderemos operar com 100% de nossa capacidade”.