Entidades que representam serviços de saúde alertam para a possibilidade de desabastecimento de testes de Covid-19 em São Paulo.
Uma pesquisa feita pelo sindicato dos hospitais, clínicas e laboratórios do Estado aponta que 92% dos laboratórios consultados tiveram um aumento de 100% na demanda por testes entre os dias 10 e 14 de janeiro, enquanto 22,5% dos laboratórios relatam ter estoque de testes para até 21 dias. Mais da metade dos serviços de saúde dizem ter material para menos de 7 dias. Em entrevista à Jovem Pan News, o coordenador do comitê de laboratórios do sindicato, Luiz Fernando Ferrari defendeu adotar um uso racional dos testes. “Nós estamos vivendo um apagão de material. Há um ano atrás, o Sindhosp também previu e começou a fazer enquetes sobre a falta de oxigênio e a falta de materiais para a Covid-19. Está fazendo com que as entidades prevejam o uso racional dos kits, para poder ampliar por mais tempo o uso para quem mais precisa”, afirmou.
Na capital paulista, desde o final de semana, por determinação da prefeitura, testes de Covid-19 e influenza estão sendo priorizados apenas em pessoas consideradas em condições de risco. Planos privados também sofrem com a falta de testes. Conforme apurado pela equipe de reportagem da Jovem Pan, usuário da Prevent Senior vêm recebendo comunicados que informam sobre testes para Covid-19 serem feitos em casos sintomáticos e graves, somente com pedido médico.
Há grande demanda por testes rápidos de Covid-19 também nas farmácias. Em uma drogaria na Avenida Paulista, os funcionários informaram que o estoque é pequeno e que novos agendamentos não estão sendo feitos. Há uma lista de espera e os clientes só são contatados em caso de desistências. Após o relato de alta de preços dos testes de Covid-19, o Procon-SP iniciou uma força-tarefa em todo o Estado para coibir preços abusivos. 88 farmácias e laboratórios foram fiscalizados, 32 estabelecimentos foram multados por não apresentarem informações sobre os preços dos testes.
O Procon-SP quer explicações de fornecedores, como conta o diretor executivo, Fernando Capez. “O Procon também quer saber se a falta de estoque é provocada por ausência do produto ou se está sendo provocada intencionalmente, para provocar a alta do preço, especulação que implicaria em nova prática abusiva. O fornecedor tem até 72 horas para explicar porque ele está aumentando, quais as razões que leva ao preço duplicar e até quadruplicar em alguns casos”, pontuou. A ação do Procon-SP ainda seguirá pelos próximos dias.