O operário Francidalvo Mota Barros, de 31 anos, foi condenado ontem (29/11) a quatro anos de reclusão, em regime inicial aberto, acusado de esfaquear a dona de casa, mulher dele, em junho de 2013, no Residencial Monte Alto, em Votuporanga.
O Tribunal de Júri reconheceu que Barros foi quem cometeu a tentativa de homicídio e que os ferimentos causaram sofrimento na vítima, que se afastou das atividades por mais de 30 dias.
Entretanto, os jurados consideraram que o réu é primário e de bons antecedentes. Além disso, como o autor confesso estava preso há um ano e meio no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Riolândia, Barros pode apelar em liberdade, mediante condição única de não se aproximar da vítima, guardando distância mínima de 500 metros, sob o risco de voltar para a cadeia. O promotor do caso, João Alberto Pereira, afirmou ao Diário que irá analisar a sentença e que pode recorrer da decisão.
Já os advogados de defesa, Gilberto Aparecido Nascimento e Emilly Medeiros Nascimento, não pretendem recorrer da sentença. Emilly explicou que os jurados acolheram a tese de desistência voluntária. “Ele praticou o crime, mas por vontade própria, desistiu. Com essa tese, caíram as duas qualificadoras como o motivo fútil e dificultar a defesa da vítima”. Três testemunhas de defesa depuseram durante o júri.Oprimeiro a falar foi o legista Paulo Torres de Souza, que fez o último laudo da dona de casa.
Ele afirmou que o prejuízo estético foi considerável. “As deformações causam vexame, pois são permanentes”, disse.
Dois maranhenses também falaram a favor do réu. Elizandro Costa Elanio foi quem o acusado procurou depois da tentativa de homicídio. “Ele foi até minha casa e disse que fez uma besteira.
Pediu para que eu chamasse alguém para ajudar. Liguei para o irmão dele, que pensou que se tratava de mais uma briga do casal. Francidalvo não dizia o que tinha acontecido”. Já Francidalva Barros Pereira Nascimento encontrou o operário na saída de uma casa de shows no bairro Estação. “Pensei que era mentira, ele disse que tinha acabado com a vida dele”.
Depoimento do réu Barros contou que ele e a vítima beberam no dia do crime. O motivo da briga teria sido o bico perdido da mamadeira da filha de seis meses.
O réu disse que teria ameaçado separar da dona de casa e entrar com pedido da guarda da criança. “Ela ficou transtornada e pegou a faca na cozinha. Tomei a faca e só vi que o pescoço dela estava machucado, quando a empurrei”.