Duas colisões de trânsito deixaram quatro pessoas feridas na noite de quarta-feira (23) na região central de Araçatuba. Os acidentes teriam sido provocados por um auxiliar geral de 24 anos, que estaria embriagado no momento das batidas. Segundo a polícia, o motorista chegou a fugir do hospital de cueca.
Além do suposto autor, o seu filho, de 5 anos, um homem de 45 e uma operadora de caixa de 24 anos ficaram feridos. Os acidentes ocorreram nos cruzamentos das ruas Duque de Caxias e Tabajaras e da avenida Governador Mário Covas com a rua Porangaba.
Por volta de 19h, o auxiliar geral dirigia um Astra pela rua Duque de Caxias com o filho no banco frontal de passageiros. Nas proximidades da praça João Pessoa o motorista não viu um pedestre tentando atravessar a via e acabou colidindo contra a vítima. Com o impacto, o homem de 45 anos foi lançado e foi socorrido por populares.
A vítima foi levada inicialmente para o pronto-socorro do bairro Santana. O seu estado de saúde não foi informado.
FUGA
Segundo boletim de ocorrência, testemunhas afirmaram que o motorista não parou para prestar socorro. O auxiliar geral ainda deu voltas pela praça, mas depois fugiu em alta velocidade.
Minutos depois o condutor do Astra se envolveu em outra batida, desta vez entre a Mário Covas e a Porangaba. O auxiliar geral colidiu frontalmente contra o Gol dirigido pela operadora de caixa. Dessa vez a jovem, o auxiliar geral e o filho ficaram feridos.
Equipes do Resgate do Corpo de Bombeiros foram chamadas e socorreram os envolvidos. A Polícia Militar também esteve no local e apurou que os casos eram relacionados. Ainda de acordo com o boletim, foi notado que o auxiliar geral apresentava sinais de embriaguez, como odor etílico e confusão mental.
CUECA
Consta ainda no registro policial que pai, filho e a operadora foram transferidos para a Santa Casa. No entanto, o boletim salienta que o suspeito de ter provocado os acidentes teria fugido do hospital somente vestindo uma cueca. “O autor acabou deixando a Santa Casa somente com roupa íntima (cueca), sem ser visto por ninguém e tomou rumo ignorado”, diz o relatório.
O rapaz não passou pelos testes de embriaguez por ter sido socorrido e fugido. Já o seu filho e a motorista do Gol permaneceram no hospital. Os dois não tiveram os quadros clínicos divulgados. Segundo nota da assessoria da Santa Casa enviada pela manhã, “os nomes das vítimas “não contam dentre os pacientes internados ou em atendimento de urgência e emergência”.
MEDO E DOR
No entanto, a reportagem da Folha da Região conversou na manhã desta quinta-feira (24) com a operadora de caixa de 24 anos que dirigia o Gol atingido pelo Astra do acusado. Já em casa após passar a noite internada, ela disse que recebeu atendimento médico na Santa Casa. “Fui para o hospital junto com ele (o acusado) e o menino. A família dele foi para lá também. O rapaz estava muito agitado e senti medo”, afirmou.
A jovem relatou que teve alta médica por volta de 0h. Ela deve ficar pelo menos o restante da semana afastada do trabalho para recuperação. “Sinto muitas dores e ainda estou assustada. Aquele rapaz quase acabou com a minha vida”, desabafou.
A operadora de caixa relembrou que o auxiliar geral estava descontrolado antes da colisão. “Se eu tivesse um pouco mais à esquerda nem sei como terminaria essa história”, disse, relatando que o carro sofreu danos especialmente no lado direito.
A reportagem não conseguiu contato nem com a família do menino e nem com o pedestre atropelado na região central.
Folha da Região
