O extremista George Washington de Oliveira Sousa, preso por orquestrar atentado terrorista no Aeroporto de Brasília, teria planejado matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na cerimônia de posse presidencial em 1º de janeiro. As informações foram obtidas pelo Estadão em entrevista com o ministro Flávio Dino (Justiça).
Segundo Dino, policiais federais tiveram acesso a mensagens que mostravam que Washington fazia treino com armas e tentava obter instruções sobre como dar um tiro de fuzil de longa distância.
“Esse cidadão que está preso, da bomba do aeroporto, no dia 24 [de dezembro], ele estava fazendo treino e obtendo instruções de como dar um tiro de fuzil de longa distância”, afirmou Dino.
“Havia realmente atos preparatórios para a execução de um tiro que provavelmente ia ser um tiro no dia da posse”.
George Washington, empresário de 54 anos, foi preso em 24 de dezembro do ano passado depois de montar um artefato explosivo em uma área de acesso ao Aeroporto Internacional de Brasília. Em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal, afirmou que o plano era “dar início ao caos” que levaria à “decretação do estado de sítio no país”.
De acordo com Washington, a ideia era instalar explosivos em pelo menos 2 locais do Distrito Federal. Uma bomba seria implantada em postes próximos a uma subestação de energia em Taguatinga, região administrativa do DF.
“Há um diálogo em que ele procura informações de qual o melhor fuzil, qual a melhor mira para tantos metros de distância”, detalhou Dino. O diálogo não cita o nome do presidente, mas, segundo o ministro, “dá a entender”.
Segundo a Polícia Federal, o empresário participava de atos em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) na capital federal.
Washington foi detido durante a noite, em um apartamento no Sudoeste, região central do Distrito Federal. A polícia apreendeu no local duas espingardas, 1 fuzil, 2 revólveres, 3 pistolas, 5 emulsões explosivas, munições e uniformes camuflados.