domingo, 24 de novembro de 2024
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Homem espancado em jogo de futebol espera por Justiça

Justiça é o que pede a família do pedreiro aposentado José Carlos Padoan, 50 anos. Agredido cruelmente em uma partida de futebol realizada no bairro rural do Barreiro dia 22…

Justiça é o que pede a família do pedreiro aposentado José Carlos Padoan, 50 anos. Agredido cruelmente em uma partida de futebol realizada no bairro rural do Barreiro dia 22 de janeiro de 2012, eles reclamam que até hoje o principal culpado nunca foi preso, além de jamais prestar esclarecimento sobre o caso.

Segundo informações relatadas na época, José Carlos, mais conhecido pelo apelido de “Vela”, estava com a família assistindo uma partida de futebol quando às 16h40, após uma discussão, foi jogado no chão e teve a cabeça acertada por um chute.

A discussão teria iniciado após o filho de José Carlos ter sido expulso da partida, o que gerou o descontentamento do agredido. O filho do árbitro, identificado como Cristian, ficou irritado com as provocações e então jogou José Carlos no chão e lhe desferiu o chute na cabeça.

Rapidamente o agredido foi levado pelos próprios familiares para a Santa Casa, com traumatismo encefálico, sendo encaminhado três dias depois para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital de Base, de São José do Rio Preto. “A cirurgia demorou 12 horas”, relembra Leila dos Santos Padoan, mulher da vítima.

Com o impacto do golpe, José Carlos ficou com fraturas no maxilar e na região do nariz, além de apresentar uma forte hemorragia cerebral. “Ele perdeu a visão dos dois olhos, pois segundo os médicos, atingiu o nervo ótico”, explica Leila.

Foram colocados 78 pinos dentro da cabeça do pedreiro aposentado. Além da cegueira provocada pela agressão, José Carlos toma remédios para evitar ataques epilépticos, além de não conseguir mais sentir gostos e nem cheiros. “No hospital ele ficou todo enfaixado, os médicos disseram para a gente que a sobrevivência dele foi por um milagre”, diz a mulher de José Carlos.

Arquivamento

A família de José Carlos teme pelo arquivamento do processo, já que até hoje o acusado nunca teve a prisão decretada, e nem sequer apareceu para prestar depoimento, seja na delegacia ou no Fórum. “O Ministério Público quer pedir o arquivamento do caso. Acharam ele em São Paulo, mas depois não conseguiram mais encontrar”, explica Leila.

O último laudo apresentou o resultado de lesão corporal gravíssima, mas a família e o advogado de José Carlos lutam para que seja classificado como tentativa de homicídio. Principalmente, o que os familiares querem, é que uma providência seja tomada o mais rápido possível. “Nunca pediram a prisão dele, e é isso que a gente acha o maior absurdo. Como uma pessoa deixa alguém cego, com tantas sequelas, e fica livre assim?”, questiona.

Leila também gostaria que ele ao menos fosse obrigado pelo Poder Judiciário a pagar uma pensão para o seu marido, pois ele não pode mais trabalhar e principalmente na época da agressão, a família precisou bancar o custeio do que foi gasto durante a internação de José Carlos no HB, além da compra de alguns remédios que não são disponibilizados pela rede pública de saúde. “Já cheguei a pagar R$ 100 em um colírio”, conta a mulher de José Carlos.

Ela também compara o caso do marido com o de Tonny Pires Custódio, também agredido com chutes na cabeça, em 2010, durante a saída de uma casa noturna em Votuporanga.

Os agressores de Tonny foram julgados e estão presos, enquanto no caso de José Carlos, nada ainda foi resolvido, mesmo após 20 meses da fatídica tarde. Por ele ser ex-presidiário, acredita Leila, há uma “má vontade” na análise do seu caso. “Queremos apenas que a justiça seja feita”, finaliza.

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