Mais um morador de Rio Preto caiu no velho golpe da “lolita do Face”, pelo qual do nada chama alguém aleatoriamente para conversar por mensagem do Facebook, manda uma foto íntima, ganha a confiança da pessoa e conquista reciprocidade. Assim que recebe de volta uma foto íntima, a pessoa que iniciou a conversa passa a arquitetar o plano de estelionato.
Aconteceu com um homem de 59 anos, marmorista, do bairro Eldorado, no dia 25 de agosto. Ele registrou a ocorrência neste sábado. Afirmou na polícia que tudo começou através do messenger do Facebook, chamado por uma pessoa com o perfil onde consta o nome de “Vitória Silva”. Após trocas de mensagens, a vítima passou a se comunicar com “Vitória” através do whatsapp de código “DDD” 51 – relativo a Porto Alegre (RS) e região.
O homem contou que em determinado momento da conversa “Vitória Silva” teria lhe enviado uma foto íntima, e ele, achando que poderia estar iniciando uma tórrida aventura amorosa, resolveu fazer o mesmo e embarcou rumo ao desconhecido. Mas não durou muito. Ele levou um choque de realidade já no dia seguinte, quando recebeu ligação telefônica de uma pessoa do sexo masculino dizendo-se ser genitor da tal “Vitória Silva”, relatando que sua “filha” teria 15 anos de idade e que o morador de Rio Preto teria enviado fotos íntimas a uma adolescente.
O homem que telefonou disse que iria procurar uma delegacia de polícia a fim de “procurar” seus direitos. Entretanto, ofereceu a alternativa de depositar a quantia de R$ 2 mil para que não relatasse o ocorrido. A vítima, com medo de que algo acontecesse e denegrisse seu nome, depositou a quantia de R$ 500, e até hoje anda torcendo para que o suposto “pai” de Vitória não volte a pedir mais dinheiro. Ainda com receio de estar se envolvendo em um caso real de pedofilia, o morador de Rio Preto registrou a ocorrência policial.
Investigação
A reportagem do DL News trouxe um caso parecido em agosto e informou que, na ocasião, a Polícia Federal havia deflagrado a Operação Dólos, para reprimir ação de criminosos que se passavam inclusive por policiais federais para extorquirem vítimas através de redes sociais.
Na ação, 30 policiais federais cumpriram quatro mandados de busca e apreensão, em Porto Alegre, Gravataí, Viamão e quatro no Sistema Penitenciário do Rio Grande do Sul, sendo três na Cadeia Pública de Porto Alegre e um na Penitenciária Estadual de Canoas.
A investigação teve início em janeiro e identificou indivíduos que se utilizavam de engenharia social para manter contato com as vítimas, utilizando perfis falsos, fazendo-se passar por meninas menores de idade. A partir do contato inicial, havia o envio de imagens das supostas menores nuas, e, posteriormente, a extorsão com a utilização de perfis falsos de dois policiais federais do Rio Grande do Sul. Os criminosos solicitavam valores para, supostamente, não dar prosseguimento às investigações.
A Polícia Federal já identificou vítimas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e Pernambuco. Os crimes investigados na Operação Dólos são extorsão, associação criminosa e falsa identidade.
Outros golpes
A orientação é mais que óbvia: que a pessoa não dê prosseguimento a nenhum diálogo sem ter a certeza a respeito dos seus interlocutores. Não vale apenas para questões em que o golpista tenta se passar por uma súbita apaixonada, ou apaixonado, mas também para evitar golpes, como aqueles em que a pessoa, do outro lado da linha, inventa histórias como a do falso sequestro de um familiar, pedindo resgate, ou se passando por um familiar em dificuldades, pedindo depósito.
Sobre o nome da operação, a PF explica que Dólos, na mitologia grega, é um ser que personifica o ardil, a fraude, a astúcia, as artimanhas e as más ações.