‘Uma nova vida‘. É assim que o Wellington Andrade da Silva, de 37 anos, define o momento em que vive hoje. Depois de cinco anos convivendo com um tumor na cabeça, o caminhoneiro do Sertão de Pernambuco, conseguiu a realização da cirurgia neste mês de março em Petrolina. O procedimento, avaliado em R$100 mil, foi realizado de forma gratuita por uma fundação, depois que o problema dele ganhou às redes sociais.
“Foram cinco anos de luta, de sofrimento, de tristeza, choro, não almoçava, não comia mais, não tinha vida, mas aí que depois que eu entrei na internet, pedi ajuda. Uma pessoa me marcou pediu para o Dr. José Carlos me ver, me conhecer e foi aí que começou a batalha. Fizemos a cirurgia e estou vivo e firme e forte para dar o testemunho, e estou feliz cada dia mais”.
Wellington havia enfrentado outros dois tumores, porém com tamanhos menores. Com o mais recente, a situação parecia impossível e ele já tinha perdido as esperanças.
“Eu não tinha felicidade mais na vida. Eu só vivia dentro de um quarto, não saia mais, não comia. Não trabalhava no que eu mais gosto de fazer, que é dentro de um caminhão, porque ninguém me dava emprego com um bicho daquele na cabeça”, revelou.
Depois de ter a história divulgada nas redes sociais, a Fundação Neurocárdio em Petrolina decidiu fazer a cirurgia. O neurologista José Carlos de Moura foi o médico responsável pelo procedimento que durou oito horas e foi um sucesso.
“No caso específico, o tumor chegou a um tamamnho muito grande. Isso chamou a atenção e era um trauma muito grande para este paciente, porque a onde ele chegava, ele era motivo de estarem olhando para ele. Isso foi o que mais chamou a nossa atenção. E ele rodou em vários hospitais. Ele fez uma biópsia e sangrou muito e essa abertura não fechou. Então, veja o quanto esse paciente vinha em sofrimento”, destacou Moura.
A doença do Wellington é a ‘Dermatofibrosarcoma protuberans’, um tumor raro de pele de crescimento lento, porém com capacidade de invasão e agressividade localmente. Pode ocorrer em menos de 0,01% dos tumores do corpo. O local mais comum dessa lesão é no tronco e no dorso, que são 60% dos casos, 20% dos casos pode aparecee nos braços e 15% na cabeça. O tratamento consiste em ressecar a lesão de forma ampla com objetivo de garantir margem de segurança. Algumas vezes, é indicado o tratamento complementar com radioterapia após a cirurgia.
Após a cirurgia, o caminhoneiro já consegue se alimentar e dormir, mas ainda precisa seguir com o tratamento que envolve quimioterapia e radioterapia. Apesar da batalha não ter chegado ao fim, ele está otimista e faz planos de voltar a trabalhar.
“A saudade está grande, mas ainda não posso trabalhar, mas devagarzinho, Deus vai prover. Espero que alguém veja, e na hora que eu estiver bom, alguém me dê um emprego”.