Um homem cuspiu na quarta-feira (20) em um segurança do Metrô de São Paulo e foi contido com um mata-leão, técnica já proibida na Polícia Militar e na Guarda Civil Metropolitana pelo risco de morte a que submete a vítima da agressão.
Câmeras de segurança registraram o momento em que um homem discute com seguranças, perde o controle e cospe no rosto de um deles. O segurança, então, imobiliza o homem com um mata-leão.
As imagens mostram que o homem se desespera, preocupado com o filho: “Minha criança, minha criança”.
Uma mulher, que vê a cena, fica com o bebê e grita para que os guardas parem a agressão. Ela alerta que o homem vai ficar sem respirar. “Moço, não pisa no pescoço dele assim, ele vai ficar sem respirar”, diz a mulher.
Em nota, o Metrô lamentou o episódio, informou que vai afastar os agentes de segurança para apuração dos fatos e contou que o homem de 21 anos iniciou o tumulto ao tentar impedir uma ação de fiscalização contra o comércio irregular.
Ainda segundo o Metrô, o homem foi levado a Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom), órgão de polícia judiciária, onde prestou depoimento e onde foi registrado um boletim de ocorrência.
Mata-leão tem sido proibido em SP
O mata-leão, como o próprio nome diz, pode matar. Ele já é proibido na Polícia Militar de São Paulo e na Guarda Civil Metropolitana desde o ano passado. Na ocasião, a PM explicou que a chave cervical foi banida para que a corporação se aperfeiçoe e modernize seus protocolos de atuação.
Ainda assim, alguns casos seguem acontecendo em São Paulo, assim como outros relacionados a abuso de autoridade e violência policial.
Em maio de 2020, a PM imobilizou uma mulher de 51 anos pisando no pescoço dela em Parelheiros, Zona Sul da capital.
A confusão começou durante uma fiscalização de estabelecimentos que deveriam estar fechados na pandemia. A mulher reagiu com um rodo e os dois policiais foram flagrados a agredindo.
O Ministério Público, por meio da promotora de Justiça Flávia Lias Sgobi, denunciou a mulher agredida por quatro crimes: não respeitar medida sanitária, desacato, resistência e lesão corporal contra os PMs.
Já na Justiça Militar, os agentes foram acusados por lesão corporal grave, abuso de autoridade, falsidade ideológica e quebra de regulamento, e estão afastados das ruas.
Em nota, a promotora disse que o MP ofereceu a denúncia diante dos elementos apresentados pela polícia, e que os fatos serão devidamente esclarecidos durante a investigação.