Imagens de câmera de segurança de um condomínio flagraram o momento em que um homem agride o próprio cachorro. O caso aconteceu na noite de segunda-feira (27), na Bela Vista, na região central de São Paulo, e será investigado como prática de abuso a animais pela Polícia Civil do estado.
No vídeo é possível ver o momento em que o agressor entra no elevador com o animal, de raça rottweiler, às 22h56 da noite. Antes de a porta se fechar, o homem chuta o animal, que está em um dos cantos. Ele dá ao menos quatro chutes.
Na tentativa de se proteger, o cachorro chega a trombar com a porta do elevador, que estava se fechando. O homem ainda dá mais um chute no animal depois de apertar o botão para ir até o andar de seu apartamento.
O cachorro demonstra medo na hora de sair dali e entrar no corredor. Quando o elevador quase se fecha, o homem volta abrir a porta, e o rottweiler sai correndo em direção ao apartamento.
Segundo o Boletim de Ocorrência registrado no 5º DP (Aclimação), integrantes do instituto Eu Luto Pelos Animais recebeu a denúncia e foi ao local com integrantes da Polícia Civil. O deputado estadual Rafael Saraiva (União Brasil), que integra o grupo, esteve presente no momento da confirmação da denúncia.
Ainda de acordo com o registro, o homem reconheceu ter agredido o cachorro ao ver as imagens registradas e alegou ter “problemas psiquiátricos”. “Na delegacia, o autor disse que agride o cachorro e que as agressões são rotineiras, motivadas por suas supostas crises psiquiátricas”, descreve o documento.
“Pelos vídeos recebidos, o cachorro era espancado diariamente. Ele tinha medo de sair de casa, de entrar e sair do elevador, tinha medo de andar ao lado desse criminoso. Precisamos entender que quem faz isso, é, sim, um criminoso. Temos que lutar para mudar a realidade dos animais na nossa sociedade”, disse Saraiva.
O g1 apurou que o agressor apresentou um laudo que constata ter sido diagnosticado com autismo.
O delegado do caso não considerou haver flagrante no crime e liberou o homem de responder em liberdade ao crime de maus-tratos, cuja pena é de 2 a 5 anos de reclusão.
O animal, de nome Rock, foi retirado do tutor e levado para receber cuidados veterinários em um espaço do Instituto Eu Luto Pelos Animais em Cotia, na Grande São Paulo.