Além de marcar a chegada da primavera, 21 de setembro é o Dia Nacional de Luta da Pessoa Portadora de Deficiência. Uma luta que ainda está no começo, mas promete ser tenaz, embora longa: o objetivo é mudar o olhar com que a sociedade encara os deficientes. Márcia Gori, presidente do Conselho Estadual para Assuntos da Pessoa Portadora de Deficiência mostra a disposição da categoria para chegar à vitória: “Somos iguais a todo mundo, queremos ter o direito de morar sozinhos, de nos casar, de trabalhar e construir nossa identidade. Instituir esse dia foi a maneira que encontramos para conscientizar e resgatar o respeito da sociedade”.
Naturalmente, há nessa luta um esforço para levar o deficiente a uma reflexão, “para que recupere sua auto-estima e se reconheça como cidadão, consciente de seus direitos e deveres”, é ainda Márcia quem informa. O Conselho que ela preside foi criado em 1984, no governo de Franco Montoro. Três anos antes havia transcorrido o Ano Internacional da Pessoa com Deficiência, por iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), “um marco”, segundo Márcia, pois foi quando tudo começou. Desde então o CEAPPD cumpre muitas tarefas: informa os portadores de deficiência sobre seus direitos, indica a legislação pertinente e os serviços e programas do governo do Estado que possam atender a suas necessidades, participa de eventos que promovam a conscientização da população para a realidade dessas pessoas.
Márcia cita três frentes em que a luta tem assumido caráter mais prático e objetivo: conquistar a acessibilidade e facilidades de locomoção na cidade; revisão das normas que regem a Lei Orgânica de Assistência (LOAS) e o Benefício de Prestação Continuada (BPC); e, especialmente, a empregabilidade. “Não queremos ser esquecidos dentro de uma empresa. Queremos ter o direito de progredir dentro dela”, informa a presidente do Conselho.