sábado, 23 de novembro de 2024
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Hitler revive?

Primeiro, em 2019, o STF proibiu – inconstitucionalmente, claro – Bolsonaro de nomear o delegado Ramagem para chefe da Polícia Federal. Bolsonaro não reagiu e outros desmandos foram praticados contra…

Primeiro, em 2019, o STF proibiu – inconstitucionalmente, claro – Bolsonaro de nomear o delegado Ramagem para chefe da Polícia Federal. Bolsonaro não reagiu e outros desmandos foram praticados contra seu governo, aliados e apoiadores. Bolsonaro foi perseguido desde que assumiu o governo, inclusive pelo TSE, por meio do aceite a denúncias absolutamente suspeitas, carregadas de revanchismo político que inclui ministros da corte. E ninguém reagiu.

Tirar Lula da cadeia, cancelar suas condenações para tornar seu nome elegível, após todos os escândalo, foi um teste de reação contra o povo. E não reagimos. Deu no que deu.

Boicotar a campanha eleitoral de Bolsonaro com proibições abusivas, como no caso do Fusca plotado com as cores verde e amarelo, por um juiz declaradamente contra Bolsonaro, e multar um comerciante que vendia garrafas de vinho a R$ 22 – o número de Bolsonaro nas urnas – foi o teste final de que nós, como eleitores, não reagimos.

E a perseguição foi além. Bolsonaro não pôde usar em sua campanha as belas imagens da estrondosa manifestação de patriotismo do Dia 7 de Setembro de 2022 porque, simplesmente, os ministros do STF e do TSE não queriam que a Nação visse o apoio que o ex-presidente possui.

O boicote às gravações da campanha de mídia em rádio, especialmente no Nordeste, foi uma vergonha nacional por si, mas o TSE conseguiu piorá-la ao multar o PL, partido de Bolsonaro, em R$ 22 milhões – o número é só uma coincidência, lógico – por ter levado a denúncia à frente. E foi além ao ameaçar de prisão um advogado que assinou a denúncia.

O teste, aí, passou do povo para a estatura dos partidos políticos, que também não reagiram.

Um grupo de advogados declaradamente de esquerda e empresários habituados a frequentar gabinetes de políticos sorrateiramente atrás de benefícios, e de pagar propinas para ter acesso a contratos públicos, lançou uma tal “carta pela democracia”, com apoio da lacrolândia das Organizações Globo, e ninguém reagiu mesmo com as ameaças, contradições ao apoiar Lula, acusações indevidas. A tal carta foi lida em rede nacional, horário nobre, por um apresentador de jornais declaradamente anti-Bolsonaro.

Na pandemia, Bolsonaro foi limitado como presidente até mesmo em ordenar despesas quando o STF passou para as mãos de prefeitos a função que era, por lei, do governo federal, na definição de regras de combate à pandemia suspeita . E a classe política apaniguada da esquerda aplaudiu, acompanhada por falsos apoiadores do ex-presidente, como Joyce, Frota, Weintraub, a patota do PSL, os comunistas “verde e amarelo”, graduados senhores de farda das Forças Armadas, empresários que queriam o cofre público aberto, etc.

Para tudo o que fizesse, Bolsonaro tinha 24 e 48 horas para se explicar, sob pena de ser preso.

Quando Roberto Jefferson e Daniel Silveira foram presos sem o devido processo legal, foi a vez da sacrossanta OAB calar-se. Foi assim com a perseguição a Allan dos Santos, Bárbara Destéfani, Oswaldo Eustáquio, Ricardo Fiuza, Jovem Pan, Cláudio Dantas, Monark, Os Hipócritas, Antagonista, Revista Oeste, Revista Piauí e a centenas de sites e perfis. Não fizemos nada!

Quando “artistas” foram para as redes sociais berrar que Bolsonaro era genocida, misógino, machista e bruto, entre outros adjetivos, a classe que pensava com mais de dois neurônios se calou, assistindo estarrecida a forte campanha pela reabertura dos cofres públicos por meio da Lei Rouanet. Caras de pau!

Quando um ministro mandou bancos invadirem contas bancárias, desmonetizar canais de redes sociais, bloquear perfis, remover conteúdos inteiros e posar de democrata, defensor do estado de direito, etc entre outras rotulações, nós paramos inertes, de mãos amarradas e boca fechada diante de abusos.

Quando Franceschini, Deltan e Bolsonaro tiveram seus mandatos e direitos políticos cassados pela corte eleitoral; quando ministros invadiram o Congresso Nacional para impedir que as urnas tivessem o voto impresso; quando um ministro pomposo mostra quem realmente é sem os saltos altos que usa, disparando os famosos “eleição se toma”, “perdeu, mané”, “nós vencemos o bolsonarismo”, ficamos pensando no que é feito com o nosso dinheiro transformado em salário para essa gente.

Quando Lula disse que o Brasil precisa extirpar a direita, que o agro é facista, “obrigado pelos 350 anos de escravidão”, que o aborto é legal, que roubar para “tomar uma cervejinha” é correto, que queria “f*der” Sérgio Moro, entre outras barbaridades, ficamos calados, sem reação.

Quando o comunista falou em reverter a privatização da Eletrobras, que a taxa de juros é a causa do atraso de seu governo, quando aumentou o número de ministérios de 22 para 39, quando torrou milhões de reais em viagens de lua de mel, negocia com grupos suspeitos e criminosos como o MST, permite que ministros tenham relações com o crime organizado, nos calamos de novo.

Também não reagimos quando um ministro fantasiou ao mundo sobre ter sido agredido em um aeroporto, na Europa, não provou nada do que afirma, condenou os acusados por antecipação – inclusive com a ação de sua polícia política particular -, e fica tudo por isso mesmo.

Não reagimos quando a esquerda se ocupou de criar ilações, narrativas, histórias e, aos berros, teve apoio na imprensa e na Justiça para transformar Bolsonaro em corrupto, como nos casos da compra das vacinas suspeitas, das joias sauditas, do relógio, dos dados de gastos do Ministério da Saúde (nada comprovado), no infindável enterro de Marielle Franco, as relações com milícias do Rio de Janeiro (que, na verdade, são de esquerda), no caso do hacker bandido digital que diz ter sido assediado por Bolsonaro para fraudar urnas insuspeitas, sem falar na verborragia impune de Sâmia, Zeca Filho, Janones, Randolfe, Renan, Cid, Aziz, Gleisi e seus aliados. Nos calamos em tudo.

Prender generais, chefe da PRF, ministros de Bolsonaro, aliados políticos e, principalmente, 1.400 patriotas que pediam apenas lisura, respeito às leis e amor ao país foi aclamado como normal, correto, mesmo que com desmandos, irregularidades e violência.

Pressionar empresas de comunicação, como as plataformas de internet, foi uma demonstração de força, nos fazendo acreditar que elas são culpadas pela divulgação da vida pregressa de políticos bandidos e não eles mesmos. Limitar o uso da internet, rompendo a barreira da garantia dos direitos coletivos e da livre manifestação do pensamento, está se tornando aceitável com tantas narrativas de que o que falamos é abuso, que ultrapassa uma imaginária linha do aceitável e que, por não sermos autoridade, não devemos vasculhar a vida de corruptos, mesmo que as autoridades togadas, fardadas ou nomeadas não o façam.

Conclusão:
Estamos calados como os alemães, na Europa Central, na década de 1930, quando Adolf Hitler, sua polícia política, o poder judiciário, a classe empresarial, partidos, o congresso e, acredite, a imprensa e a classe artística, não acreditava que o governante do discurso populista, que rompia todos os padrões da época, se transformaria em um demônio. E todos foram alertados.

Não vamos reagir se outros advogados particulares forem nomeados ministros da suprema corte descaradamente para defender seu cliente, não vamos reagir se o voto continuar não sendo impresso, não vamos reagir se a maioria dos políticos “legalmente” eleitos nos próximos anos forem comunistas, o aborto e as drogas forem legalizados, se Beira-Mar e Marcola ganharem as ruas com direito a indenização por danos morais, se a economia desmoronar de novo, se a troca de sexo for autorizada ainda na maternidade, o incesto aceito como normal (aliás, como prevê um projeto em andamento no Congresso), se igrejas forem fechadas, a Bíblia banida e os direitos constitucionais cancelados?

Não vamos reagir? Então, devidamente avisados, levaremos a culpa pela ressurreição de Hitler e a instalação de mais um governo autoritário, sanguinário e corrupto. Deus proteja o Brasil.

*Jornalista e professor universitário.

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