Após a prisão do vereador Dr. Jairinho e a professora Monique Medeiros, na última quinta-feira (8), padrasto e mãe, respectivamente, considerados responsáveis pela morte do menino Henry Borel, no Rio de Janeiro, tristes coincidências se relacionam com outros casos de crianças agredidas e silenciadas pelos familiares – justo aqueles que deveriam protegê-las.
O caso trouxe à tona o sentimento de outra mãe: Ana Carolina Oliveira, que perdeu a filha Isabella Nardoni de forma semelhante, em 2008. A menina tinha apenas 5 anos de idade (Henry tinha 4) quando foi asfixiada e jogada pela janela do sexto andar de um prédio em São Paulo (SP). O crime foi cometido pelo pai de Isabela, Alexandre Nardoni, e Anna Carolina Jatobá, madrasta. Isabella faria 19 anos no próximo dia 18.
Diante da semelhança dos casos, Ana Carolina entrou em contato com o pai de Henry, Leniel Borel. Por meio de mensagens, a paulista mandou mensagens de fé e força ao engenheiro. A mãe de Isabella, em entrevista à revista Piauí, resolveu se comunicar após se colocar no lugar do pai do menino.
“Sabe o que é mais dolorido? Eu e Leniel entregamos os nossos filhos para quem deveria cuidar e zelar. Entregar um filho para nunca mais voltar é o que mais machuca, revolta. Não consigo explicar o tamanho dessa dor”, diz Ana Carolina.
O apoio da mãe de Isabella foi confirmado por Leniel ao SBT. No entanto, ainda muito abalado com a morte do filho, disse apenas que foram “lindas mensagens”. Em entrevista exclusiva ao SBT News, o pai de Henry comentou as investigações contra a mãe e o padrasto do filho.
“Como é que pode fazer isso com uma criança de 4 anos? Uma criança indefesa, linda, maravilhosa. Meu filho é a personificação de um anjo na terra. Um menino brincalhão, sempre amoroso. Como poderia alguém fazer uma maldade dessa, uma brutalidade contra uma criança?”, lamenta Leniel.
Monique Medeiros e Dr. Jairinho seguem presos. O advogado de defesa, André França Barreto, abandonou o caso, já que a mãe de Henry tinha trocado de defensor. Com isso, Barreto deixou de prestar serviços a Jairinho, alegando “conflito de interesses”. Mãe e padrasto negam o crime.