Canteiro de obras
Um frenético canteiro de obras cercado por tapumes no 3º andar do Hospital de Base de Rio Preto – com algumas paredes derrubadas e outras “rasgadas” para instalações especiais – chama a atenção dentro da instituição. Embora sem confirmação oficial, o DLNews apurou que o espaço está sendo adaptado para abrigar mais leitos de UTI preparados para receber pacientes Covid-19.
Abrindo espaço
O HB já tem quatro UTIs que foram criadas para esta finalidade, somando até o momento 117 leitos. Mas a ocupação já chegou a bater em 96%. A direção do hospital, referência para atendimento dos casos mais graves da doença em 107 cidades da região, incluindo Rio Preto, chegou a afirmar, três semanas atrás, que não tinha mais espaço físico nem recursos humanos para ampliar a oferta ao Estado. Tudo indica, no entanto, que a diretoria vem se preparando para a demanda que não para de crescer.
Problema
No caso do Hospital de Base, convênios para novos leitos são firmados com a Secretaria de Saúde do Estado. No entanto, na live desta terça-feira (28), em que são apresentados os dados da Covid-19 em Rio Preto, o secretário municipal da Saúde, Aldenis Borim, afirmou que a saturação rápida dos leitos criados nas últimas semanas se tornou o grande problema no combate ao avanço do novo coronavírus em toda a região.
Números em alta
Segundo o boletim Covid-19, na segunda (27), o Hospital de Base estava com 99 dos 117 leitos de UTI ocupados. A Santa Casa, que é hospital referência para pacientes de Rio Preto, por exemplo, atingiu 100% de ocupação de UTI e enfermaria nesta terça (28). Além de HB e Santa Casa, Rio Preto conta ainda com leitos no Hospital de Jaci e na UPA Jaguaré. Rio Preto soma, até esta terça-feira (28), 7.927 infectados pelo novo coronavírus e 219 mortes.
Hospital de campanha
Entre os hospitais privados, o Austa também está com obras aceleradas na construção de um hospital de campanha para onde serão transferidos todos os atendimentos a pacientes com síndrome respiratória, forma que o prédio atual fique exclusivamente para os outros tipos de pacientes.
35 leitos
O hospital de campanha terá 35 leitos no total, com cinco para pacientes que precisarem de isolamento e outros dez de UTI. A estrutura vai atender pacientes particulares e de convênios atendidos pelo Hospital Austa.
R$ 12 milhões
A construção da nova estrutura segue o cronograma previsto, segundo a assessoria de imprensa do hospital, quando foi feito o anúncio de investimento de R$ 12 milhões para esta finalidade. Os recursos estão sendo injetados pela Rede Hospital Care, a quem o Austa se associou.
Elevou o tom
Diante da decisão do prefeito Edinho Araújo (MDB) de manter super e hipermercados fechados aos sábados e domingos em Rio Preto, o diretor regional da APAS, José Luís Sanches, elevou o tom, disse que a decisão do STF favorável à prefeitura é política e que a entidade vai insistir na guerra judicial, embora se mostre sem grande esperanças de reverter a medida para o próximo final de semana. “Toffoli fica até a próxima segunda-feira. Difícil mudar qualquer coisa antes de ele sair”, afirmou o supermercadista à coluna.
Respaldado por Toffoli
Respaldado pela vitória no STF, Edinho decidiu prorrogar decreto que impõe lei seca em Rio Preto entre 20h e 6h de segunda a sexta e durante todo o final de semana. E também determina o fechamento de hiper e supermercados aos sábados e domingos. A medida, que deixaria de valer na próxima quinta (30), agora vai vigorar até o dia 10 de agosto. Como contrapartida, os estabelecimentos vão poder funcionar entre 6h e meia noite durante a semana.
Supermercados fechados 2
A decisão ocorreu após o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Antonio Dias Toffoli, negar nesta terça-feira (28) reconsideração da APAS (Associação Paulista de Supermercados), que pedia reabertura dos estabelecimentos aos finais de semana. Um dia antes de a entidade entrar com o pedido, o próprio Toffoli deu razão à Prefeitura de Rio Preto. As medidas são para evitar aglomerações e tentar reduzir o avanço do novo coronavírus na cidade.
“Então fecha tudo”
“Se é assim, por que ele não edita um decreto fechando tudo? Temos fotos que mostram shoppings, a Leroy Merlin, a Decathlon e vários outros locais do gênero lotados. Nós oferecemos serviços essenciais, e não eles. Estamos preparados para evitar aglomerações”, criticou Sanches. Ainda segundo o empresário, a ampliação do horário não resolve a vida de todos os supermercadistas. “Beneficia quem já abre até este horário. O consumidor não vai procurar os locais que não funcionam normalmente até meia noite”, completou. De novo, segundo Sanches, o governo não ouviu o setor antes de tomar a decisão, se submetendo a exigências do “pessoal da saúde”.