Uma etapa após sacramentar o pentacampeonato na Fórmula 1, o inglês Lewis Hamilton coroou seu novo título com a vitória no GP do Brasil, neste domingo, no Autódromo de Interlagos.
O piloto da Mercedes contou com um toque do francês Esteban Ocon no holandês Max Verstappen, líder durante boa parte da prova, para cruzar a linha de chegada em primeiro. Verstappen, da Red Bull, foi o segundo, seguido do finlandês Kimi Raikkonen, da Ferrari.
Com a sua segunda vitória em São Paulo, Hamilton acumulou o 10º triunfo na temporada e o 72º em sua carreira na F-1. O inglês havia assegurado o troféu do campeonato na etapa passada, no México, quando foi apenas o quarto colocado e teve dificuldades para terminar a prova. Agora, pôde enfim celebrar o título com uma vitória.
O resultado, de quebra, garantiu à Mercedes o título do Mundial de Construtores pela quinta temporada seguida. O triunfo rende à equipe campeã uma polpuda premiação, de aproximadamente 100 milhões de euros.
A eletrizante corrida deste domingo foi marcada pela grande performance da Red Bull, principalmente com Verstappen. O holandês esteve perto da vitória até que Ocon fez manobra irresponsável que acabou com suas chances de vencer em Interlagos, apesar da forte torcida brasileira nas arquibancadas.
A corrida
Ainda em busca da primeira vitória no ano, Valtteri Bottas foi o destaque na largada deste domingo. Passou Vettel e colou em Hamilton, que manteve a primeira posição. Largando em 5º, Verstappen também chamou a atenção após passar pelo alemão da Ferrari, que teve desempenho abaixo do esperado nas primeiras 15 voltas da prova.
A surpresa do início da corrida foi a Red Bull, que não esperava brilhar pela vitória neste fim de semana. Verstappen logo subiu para o terceiro posto enquanto Daniel Ricciardo saltou para o 6º posto depois de sair do 11º, em razão de punição. O time austríaco começou a esquentar a prova na 10ª volta, quando o piloto holandês pressionou e superou Bottas no “S do Senna” e levantou a torcida.
Ele assumiu a ponta no 20º giro, quando Hamilton parou nos boxes para trocar os pneus supermacios pelos médios. O mesmo fez Bottas na volta anterior, numa antecipação dos pit stops da Mercedes. Os dois pilotos vinham sofrendo com o desgaste dos compostos e com a queda de ritmo, principalmente diante da aproximação de Verstappen.
Hamilton voltou em 5º, atrás dos carros da Ferrari e da Red Bull. Verstappen liderava, seguido de Raikkonen, Vettel e Ricciardo. O australiano subiu para a segunda posição diante das paradas dos carros da Ferrari. No 28º giro, Vettel trocou os macios pelos médios. Retornou para a pista em 9º, Raikkonen fez seu pit stop quatro voltas depois e voltou em 7º, atrás do companheiro de equipe. O finlandês, contudo, exibia melhor ritmo e logo a Ferrari dava ordem para inversão de posições, o que aconteceu na 35ª volta.
Na sequência, Verstappen também fez sua parada, a única, pela estratégia da Red Bull. No 36º giro, o holandês colocou pneus macios, mais veloz do que os médios, dos rivais mais próximos. E apareceu no 3º posto, atrás somente de Hamilton e do então líder Ricciardo, ainda sem fazer sua parada.
Na 39ª volta, Verstappen colou no pentacampeão e iniciou a pressão que logo deu resultado. Ele fez a ultrapassagem na reta dos boxes, roubou a liderança do favorito e novamente empolgou a torcida. Bottas, Raikkonen e Vettel vinham na sequência.
O piloto da Red Bull parecia em situação confortável para abrir vantagem na ponta. Até que, no 45º giro, o francês Esteban Ocon fez manobra inesperada e sem propósito no “S do Senna”. O retardatário tentou disputar posição com o líder e acertou a traseira de Verstappen, que rodou, deixou a pista e foi passado com facilidade por Hamilton. A resposta do holandês foi rápida no rádio: “Idiota, idiota!”. Ocon foi punido com uma parada de dez segundos nos boxes.
O inglês não desperdiçou a oportunidade. Sustentou uma vantagem de cerca de três segundos e não deu chances para Verstappen se reaproximar. Raikkonen, por sua vez, não conseguia reduzir a distância para o holandês.
Nas voltas finais, Vettel e Bottas fizeram novas paradas, o que não mudou o panorama da corrida. Mas garantiu ao finlandês o novo recorde do GP do Brasil, com 1min10s540. O anterior pertencia a Verstappen, com 1min11s044, registrado na corrida do ano passado.
Nas voltas finais, Hamilton evitou erros e garantiu a primeira colocação sem sustos. E Verstappen obteve o segundo posto, à frente de Raikkonen.
Os pilotos voltam à pista para a última corrida do ano em Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos, no dia 25. Será a despedida da Fórmula 1 neste ano.
Confira a classificação final do GP do Brasil:
1º – Lewis Hamilton (ING/Mercedes), em 1h27min09s
2º – Max Verstappen (HOL/Red Bull), a 1s469s
3º – Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), a 4s764s
4º – Daniel Ricciardo (AUS/Red Bull), a 5s193s
5º – Valtteri Bottas (FIN/Mercedes), a 22s943s
6º – Sebastian Vettel (ALE/Ferrari), a 26s997s
7º – Charles Leclerc (MON/Sauber), a 44s199s
8º – Romain Grosjean (FRA/Ferrari), a 51s230s
9º – Kevin Magnussen (DIN/Haas), a 52s857s
10º – Sergio Pérez (MEX/Force India), a 1 volta
11º – Brendon Hartley (NZL/Toro Rosso), a 1 volta
12º – Carlos Sainz Jr. (ESP/Renault), a 1 volta
13º – Pierre Gasly (FRA/Toro Rosso), a 1 volta
14º – Stoffel Vandoorne (BEL/McLaren), a 1 volta
15º – Esteban Ocon (FRA/Force India), a 1 volta
16º – Sergey Sirotkin (RUS/Williams), a 2 voltas
17º – Fernando Alonso (ESP/McLaren), a 2 voltas
18º – Lance Stroll (CAN/Williams), a 2 voltas
Não completaram a prova:
Marcus Ericsson (SUE/Sauber)
Nico Hülkenberg (ALE/Renault)