Em uma corrida marcada por uma largada caótica, com alternâncias de posições, no fim, prevaleceu o talento e competência de Lewis Hamilton. Depois de sofrer com os pneus frios no começo e perder o primeiro lugar, o britânico retomou a ponta e venceu o GP de Portugal, em Portimão, neste domingo.
Ele conquistou a 92ª vitória na Fórmula 1 para ultrapassar Michael Schumacher e se tornar o piloto com mais triunfos na história da categoria. Valtteri Bottas e Max Verstappen completaram o pódio
O supercampeão foi aplaudido de pé pelos torcedores na arquibancada e, pelo rádio, agradeceu à equipe. Humilde e admirado também fora das pistas por sua postura firme contra o racismo e na defesa dos direitos humanos e outras causas sociais, Hamilton reescreve a história e vira parâmetro de sucesso. São 92 vitórias e 161 pódios em 262 corridas disputadas ao longo de 13 anos de carreira na Fórmula 1.
“Eu devo isso a Mercedes e todos na fábrica. É um privilégio trabalhar com essa equipe. O que eu conquistei hoje era antes um sonho. Vai levar um tempo para a ficha cair. Não tenho muitas palavras no momento”, disse o novo recordista absoluto de triunfos.
O caminho está pavimentado para o piloto da Mercedes conquistar o sétimo título mundial e igualar Schumacher, o maior campeão. Depois disso, restam poucas dúvidas de que ele vai pulverizar outros recordes que ainda existem. Com o oitavo triunfo em 12 etapas em 2020, o britânico chegou a 256 pontos, contra 179 de Bottas, e aumentou sua vantagem na liderança do Mundial para 77 pontos. Com isso, pode comemorar o heptacampeonato daqui a duas corridas, na Turquia.
Em Portugal, Hamilton largou bem e se manteve na ponta, mas acabou caindo de posição com pneus frios. Bottas também foi ultrapassado por Carlos Sainz, que assumiu a liderança. No entanto, a dupla da Mercedes superou o espanhol da McLaren pouco tempo depois. O finlandês liderou a prova até a 20ª volta, quando o hexacampeão mundial retomou a primeira posição ao conseguir uma ultrapassagem na reta principal do circuito do Algarve.
A partir daí, Hamilton controlou bem a corrida, abriu larga vantagem, de 25 segundos, e partiu com tranquilidade para cruzar a linha de chegada em primeiro pela 92ª vez. Com Bottas em segundo, a Mercedes alcançou a quarta dobradinha em 12 corridas em 2020 e está cada vez mais perto de ser heptacampeã do Mundial de Construtores. O holandês Max Verstappen, da Red Bull, se recuperou de um início ruim e fechou a corrida em terceiro.
O monegasco Charles Leclerc superou as limitações da Ferrari e terminou em quarto, seguido do francês Pierre Gasly, da AlphaTauri. Depois de chegar a liderar a prova, Carlos Sainz Jr, da McLaren, foi perdendo posições e fechou em sexto, à frente do mexicano Sérgio Perez, da Racing Point.
A Renault colocou seus dois pilotos na zona de pontuação, com o francês Esteban Ocon em oitavo e o australiano Daniel Ricciardo em nono. Ocon, aliás, adotou uma estratégia impressionante neste domingo ao fazer quase toda a corrida com os mesmos pneus médios da largada. Ele usou pneus macios em 54 das 66 voltas e só fez o seu pit stop no fim. Sebastian Vettel fechou o top 10 e voltou a pontuar depois de três corridas. Ele havia sido décimo colocado também no GP da Toscana, em setembro.
Portugal voltou a receber uma corrida da principal categoria do automobilismo mundial após 24 anos. O último GP no país havia sido em 1996, em Estoril, palco da primeira vitória de Ayrton Senna, em 1985. A etapa no circuito do Algarve, que fez sua estreia, foi realizada excepcionalmente neste ano devido à pandemia do coronavírus, que modificou substancialmente o calendário, forçando o cancelamento de várias corridas, e a entrada de novos autódromos. Não haverá nenhuma prova nas América, por exemplo, e o Brasil ficará sem um GP pela primeira vez em 47 anos.
A Fórmula 1 retorna no próximo fim de semana, para o GP da Emilia-Romagna, no circuito Enzo e Dino Ferrari, em Ímola, na Itália. Será a 13ª de 17 etapas da temporada de 2020.
Confira a classificação do GP de Portugal:
1°) Lewis Hamilton (GBR/Mercedes), em 1h29min56s828
2º) Valtteri Bottas (FIN/Mercedes), a 25s592
3º) Max Verstappen (HOL/Red Bull), a 34s508
4º) Charles Leclerc (ALE/Ferrari), a 65s312
5º) Pierre Gasly (FRA/AlphaTauri), a uma volta
6º) Carlos Sainz Jr. (ESP/McLaren), a uma volta
7º) Sergio Perez (MEX/Racing Point), a uma volta
8º) Esteban Ocon (FRA/Renault), a uma volta
9º) Daniel Ricciardo (AUS/Renault), a uma volta
10°) Sebastian Vettel (ALE/Ferrari), a uma volta
11º) Kimi Raikkonen (FIN/Alfa Romeo), a 41s476
12º) Alexander Albon (TAI/Red Bull), a uma volta
13º) Lando Norris (GBR/McLaren), a uma volta
14º) George Russel (GBR/Williams), a uma volta
15º) Antonio Giovinazzi (ITA/Alfa Romeo), a uma volta
16º) Kevin Magnussen (DIN/Haas), a uma volta
17º) Romain Grosjean (FRA/Haas), a uma volta
18º) Nicholas Latifi (CAN/Williams), a duas voltas
19º) Daniil Kvyat (RUS/AlphaTauri), a duas voltas
Abandonou a prova:
Lance Stroll (CAN/Racing Point)