G1, em São Paulo
Investigações da Polícia Federal apontam que Hamilton Lacerda, ex-coordenador de comunicação da campanha de Aloísio Mercadante, foi a pessoa que entregou cerca de R$ 1,7 milhão aos petistas Valdebran Padilha e Gedimar Passos para a compra do dossiê que ligaria candidatos tucanos com a máfia dos sanguessugas. A informação foi revelada na madrugada desta quinta-feira (28) pela Polícia Federal em Mato Grosso.
Valdebran e Gedimar foram presos com o dinheiro no dia 15 de setembro em um hotel próximo ao aeroporto de Guarulhos junto com documentos e fotos que associavam os candidatos tucanos ao governo de São Paulo, José Serra, e à Presidência, Geraldo Alckmin, com a venda superfaturada de ambulâncias a prefeituras e órgãos públicos.
A polícia chegou a Lacerda por meio da análise das fitas do circuito interno do hotel. Lacerda foi afastado da campanha de Mercadante quando seu nome foi associado ao caso. Mercadante nega ligação com a produção do dossiê. Segundo ele, o assessor teria agido por conta própria, sem o seu conhecimento.
Até agora, seis petistas estão formalmente investigados como suspeitos de envolvimento direto com o escândalo. Eles devem responder a processo por crime eleitoral, ocultação de documentos de interesse da Justiça, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
A defesa dos acusados tenta evitar a prisão temporária e argumenta que não há necessidade de eles serem presos para prestar depoimento e participar de acareações. Hamilton será ouvido pelo delegado da Polícia Federal Diógenes Curado e pelo procurador da República Mário Lúcio Avelar ainda nesta quinta.
