Um hacker de Araçatuba, no interior de São Paulo, investigado por invadir dispositivos eletrônicos, praticar extorsão, ameaça, calúnia e difamação, foi preso na Sérvia pela Interpol.
Ao g1, o delegado titular da DIG/DEIC Araçatuba, Pedro Paulo da Costa Negri Garcia, afirmou que a prisão de Patrick César da Silva Brito ocorreu na sexta-feira (23), na região de Belgrado, capital da Sérvia, país onde ele estava morando.
“Representamos pela inclusão do nome dele junto à Interpol. Com a troca de informações, serviços de inteligência e cooperação internacional, ele foi capturado”, diz.
O hacker passou a ser investigado depois que o e-mail de Dilador Borges (PSDB), prefeito de Araçatuba, foi invadido, em dezembro de 2020. Na ocasião, as redes sociais da primeira-dama, Deomerce Damasceno, também foram invadidas.
Em seguida, a família recebeu mensagens que exigiam R$ 70 mil para que não fossem divulgadas informações falsas que poderiam prejudicar o prefeito.
Segundo a Polícia Civil, Patrick foi identificado na investigação, localizado e confessou a invasão das contas do prefeito e da primeira-dama. Ele foi ouvido e liberado, mas o inquérito foi relatado à Justiça. O hacker passou a ser réu no processo e se mudou para a Sérvia.
“O caso chegou ao conhecimento do Ministério Público e Judiciário. Ele teve proibição para falar com a Rede Mundial de Computadores, mas ele desrespeitava. Continuou invadindo dispositivos e praticando extorsão. Ele também entrava em contato com a imprensa, mas que não deu crédito às fake news”, conta o delegado.
“Além desse caso, ele também praticava ameaça contra policiais, calúnia e difamação, visando descredibilizar a investigação da Operação Raio X. Ele tumultuava todo o processo, descredibilizando nosso trabalho. Ele tem uma habilidade usada para o mal. Tentou a todo momento prejudicar com situações inverídicas.”
A polícia representou pela prisão de Patrick, mas há outros inquéritos que correm à Central de Polícia Judiciária.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, o hacker segue preso na Sérvia, mas os trâmites administrativos para a extradição começaram.
“Em todo ato, desde início, o Poder Judiciário de Araçatuba sempre esteve ciente dos procedimentos contra o Patrick, demonstrando lisura, transparência. Tudo foi feito e pedido com conhecimento de ambos poderes”, conclui o delegado.