Um consórcio de pesquisadores especializados em inteligência artificial foi formado nesta semana para impedir que as máquinas dominem os seres humanos, ao mesmo tempo que estabelece as fundações técnicas e éticas para o campo de pesquisa.
O Future of Life Institute, sediado na cidade americana de Boston, distribuiu 37 bolsas de estudos para pesquisadores com projetos que buscam “manter a Inteligência Artificial vigorosa e benéfica.”
Os cientistas são especializados nos mais diversos campos de pesquisa: desde matemáticos, que constroem modelos probabilísticos para softwares de Inteligência Artificial, até filósofos que estudam a estrutura teórica para o “controle humano” de armas autônomas.
A maior parte do dinheiro das bolsas foi doada por Elon Musk, fundador da Tesla e SpaceX, que teria dado 10 milhões de dólares para a iniciativa. O bilionário sul-africano já manifestou sua preocupação a respeito do desenvolvimento da inteligência das máquinas.
O anúncio das bolsas de estudo aconteceu na mesma semana do lançamento de Exterminador do Futuro: Gênesis, o quinto filme da franquia sobre as máquinas que se voltam contra os humanos e geram o apocalipse nuclear na Terra.
“O perigo do cenário mostrado na série Exterminador do Futuro não é de que um dia ele aconteça”, afirma Max Tegmar, presidente do Future of Life Institute e físico do MIT, “mas sim que ele nos distraia dos problemas reais gerados pela Inteligência Artificial no futuro.”
Problemas com robôs armados ou superinteligentes podem surgir e aumentar em um futuro próximo, disse Tegmar em um comunicado, mas por enquanto, eles ainda não devem aparecer. Ou seja, não veremos tão cedo robôs carregando metralhadoras por aí.
O Future of Life quer desenvolver um critério para estabelecer um código de boas práticas de engenharia e princípios éticos para quando universidades, empresas e indivíduos lidem com máquinas inteligentes.
A fundação deu 136 mil dólares para uma professora da Universidade de Denver, Heather Roff, para investigar o uso de armas com inteligência artificial, uma questão estudada pelas Nações Unidas.
Outros 200 mil dólares foram dados a uma iniciativa que pesquisa cibersegurança em inteligência artificial. Já um projeto de filosofia, chamado “Alinhando a superinteligência com os interesses humanos”, recebeu 250 mil dólares.
Em janeiro, o Future of Life apresentou seu manifesto em uma convenção em Porto Rico. A carta aberta foi assinada por integrantes da maioria das grandes empresas de tecnologia do planeta, incluindo os diretores de pesquisa do Google e da Microsoft, o chefe de inteligência artificial do Facebook, além dos três fundadores da DeepMind, a empresa de deep learning que o Google comprou no ano passado.