A família de uma jovem grávida de cinco meses viveu um fim de semana dramático no Espírito Santo. A moça, de 27 anos, morreu de edema pulmonar e cerebral, depois de ter atendimento recusado duas vezes pelo serviço de ambulância. Ela foi levada de táxi para o pronto-socorro e morreu à espera da transferência para um hospital com mais recursos.
Janaína Guimarães passou mal na madrugada de sábado (1º). A mãe ligou para o serviço de ambulância. “Disseram que todas as ambulâncias estavam ocupadas”, lembra a dona-de-casa Maria Tereza Guimarães.
Ela foi levada para um hospital municipal de Vila Velha de táxi e chegou a ser medicada. Voltou para casa, mas passou mal de novo. A mãe novamente ligou para o serviço de ambulância. “Falaram para colocá-la nas costas e levá-la para o hospital”, conta Maria Tereza.
Quando a paciente voltou para o hospital, de táxi, o quadro era bem mais grave. Ela precisava ser transferida para outra unidade com mais recursos. Desta vez, foram os médicos que ligaram para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu. Foram sete ligações e a ambulância demorou quase quatro horas para chegar.
Segundo a diretora do hospital, Valéria Marcondes, se a transferência fosse feita em menos tempo, a jovem grávida teria mais chances de sobreviver. Caio Duarte Neto, do Samu, afirmou que o atendimento inicial deve ser feito pela unidade de saúde e disse que, quando o veículo chegou, a paciente não tinha condições de ser transportada. A família registrou queixa na polícia.