O grafiteiro Thiago Fernandes Silva, 23 anos, foi morto na noite de anteontem, no bairro São Judas, zona leste de Rio Preto, com uma facada no peito durante uma briga com o padrasto, o pedreiro S.N.S., 31 anos, quando tentava defender a mãe. A mulher, V.F., 47 anos, também foi agredida com três golpes de faca que atingiram o braço e axila esquerda e uma nas costas. Ela foi socorrida, encaminhada ao Hospital de Base e liberada em seguida. O padrasto do jovem, suspeito do crime, fugiu e até as 19h de ontem continuava foragido.
De acordo com informações da polícia, o crime aconteceu por volta das 23h, depois que o pedreiro se desentendeu com a mulher e tentou agredi-la. Para evitar que a mãe apanhasse do companheiro, Thiago teria entrado em confronto com o padrasto. “Ao ver a mãe chorando, o Thiago pediu para que ele deixasse a casa da família. Nisso o S. foi até a cozinha, pegou uma faca e atingiu meu sobrinho”, conta uma tia do grafiteiro, que pediu para não ser identificada. “Antes de fugir, ele pegou os dois aparelhos celulares e R$ 150”, afirma a tia.
A família relata ainda que na manhã de ontem o suspeito ligou para uma amiga da mulher para saber se ela e o filho estavam bem e foi informado da morte de Thiago. De acordo com o delegado Luis Alberto Bovolon, do 3º Distrito Policial e responsável pela investigação do caso, um inquérito foi aberto. “Assim que a mãe do garoto estiver em condições prestará depoimento. A faca usada no crime não foi localizada”, conta o delegado. Ainda segundo ele, o suspeito não possui antecedentes criminais.
Um clima de comoção marcou velório de Thiago, na tarde de ontem, no cemitério Jardim da Paz. Inconformados, amigos da vítima tentavam entender tamanha violência. “Ele sempre foi muito tranquilo. Uma hora antes de tudo acontecer ele estava na igreja com a gente. Estava muito feliz”, lembra Guilherme Seixas, 23 anos, amigo da vítima há 12 anos. O sepultamento de Thiago está marcado para hoje, às 8 horas.
Thiago era grafiteiro há dez anos e tem diversos trabalhos espalhados pela cidade. Entre eles, o desenho de um paraquedista no muro do Centro Regional de Eventos. Ele tinha como marca assinar “Mister” e “Sih” em seus trabalhos.