Sem processo de licitação, o governo Lula contratou a LCM Construção e Comércio para tocar seis obras do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). O dono da empreiteira, Luiz Otávio Fontes Junqueira, receberá R$ 196 milhões pelos serviços. Ele é alvo de investigação do Ministério Público Federal (MPF) por desvios de recursos.
Junqueira tornou-se réu em processo por improbidade administrativa e superfaturamento de obras na construção de um hospital em Santarém, no Pará. O prejuízo aos cofres públicos foi de R$ 1,8 milhão.
Em 2011, o empresário foi mais outra vez acusado de improbidade pelo MPF, no Tocantins, por um rombo de R$ 4,8 milhões em uma obra do DNIT.
Ainda assim, o empresário foi escolhido 29 vezes pelo governo Lula para construir obras públicas.
Somando com as ocasiões em que participou de licitações, a LCM recebeu da atual gestão um total de R$ 1,5 bilhão. O montante é quatro vezes maior do que todos os 27 contratos da empresa firmados nos quatro anos do governo Bolsonaro.
Obras em seis Estados
Em Pernambuco – onde o governo Lula não concluiu, depois de 17 anos e mais de R$ 6 bilhões, as obras da Transnordestina – a LCM será responsável pela duplicação da BR-423, no Agreste do Estado. Nesta quarta-feira, 8, o presidente Lula participou da cerimônia de lançamento da obra.
Enquanto passa por investigação pelo Ministério Público Federal, Luiz Otávio Fontes Junqueira também toca, sem concorrência pública, a BR-226 e a BR-316, no Maranhão, por R$ 79,5 milhões, além da BR-280 e da BR-470, ambas em Santa Catarina, R$ 97,9 milhões.
A LCM comanda ainda obras no Amazonas (R$ 8,2 milhões), em Rondônia (R$ 7,9 milhões) e no Rio de Janeiro (R$ 2,7 milhões).