O governo vai investir R$ 4,1 bilhões para aumentar a produção de pescado no Brasil e chegar a 2 milhões de toneladas por ano.
Além de melhorar o acesso ao crédito, o governo vai investir em assistência técnica e estimular a formação de cooperativas.
O objetivo é aumentar a competitividade da indústria da pesca e a renda das famílias de pescadores que ainda vivem na pobreza extrema.
Apresentador: Presidenta, hoje, a senhora tem uma boa notícia para os pescadores e produtores de pescado de todo o país, não é mesmo?
Presidenta: Tenho sim, Luciano. A boa notícia é que nós vamos lançar, nesta semana, o Plano Safra da Pesca. Nós vamos investir, Luciano, R$ 4,1 bilhões até 2014 e, assim, dobrar a produção de pescado no Brasil, chegando a 2 milhões de toneladas por ano. Sabe como vamos fazer isso, Luciano? Nós vamos aumentar o crédito, vamos investir em assistência técnica, estimular a formação de cooperativas, ajudar a melhorar as condições de armazenagem e a comercialização do pescado. Além disso, Luciano, nós vamos investir em pesquisa para aumentar a produtividade do setor. Combinando tudo isso, vamos tornar nossa indústria da pesca muito mais competitiva e, também, aumentar a renda das famílias de pescadores, porque muitas delas ainda vivem na pobreza.
Apresentador: Presidenta, como o Plano Safra da Pesca vai melhorar as condições de crédito para os pescadores?
Presidenta: Ah, Luciano, os pescadores, com renda de até R$ 160 mil por ano, e os aquicultores, com renda de até R$ 320 mil por ano, vão ter acesso ao Pronaf, que é o nosso Programa de Financiamento da Agricultura Familiar. Com isso, vão ter acesso a crédito em condições muito melhores, pagando só 4% de juros ao ano, além de ter dois anos de carência para pagar o crédito usado no custeio da produção. O microcrédito para os pescadores terão condições ainda melhores. Esses trabalhadores poderão pagar um empréstimo de até R$ 2.500,00 e vão ter dois anos para pagar tudo, com juros, aí Luciano, de 0,5% ao ano. Quem pagar em dia vai ter um desconto de 25% sobre o valor que ele tomou emprestado.
Apresentador: E as cooperativas de pescadores também terão uma linha especial de crédito?
Presidenta: Olha, Luciano, isso é muito importante, porque o nosso objetivo é estimular as cooperativas de pescadores a crescer e se transformarem em pequenas indústrias de produção de peixe. O crédito para as cooperativas pode chegar a R$ 30 milhões e vai ser pago em até dez anos, com juros de 2% ao ano. A cooperativa só começa a pagar pelo financiamento três anos depois de pegar o crédito, dando tempo aos cooperados para organizar a sua produção, começar a tirar lucro do negócio e só depois pagar pelo empréstimo. Com esse dinheiro, as cooperativas poderão comprar equipamentos e tanques-rede, modernizar os barcos, comprar câmaras frias, melhorar a comercialização e evitar o desperdício, que é um dos maiores problemas da produção de peixe no Brasil.
Apresentador: Mas para fazer a produção crescer, os pescadores também precisam de assistência técnica, não é mesmo?
Presidenta: Ah, isso é uma grande verdade. Foi pensando nisso que nós decidimos investir R$ 135 milhões em assistência técnica e em cursos para que 120 mil pescadores saibam como obter o crédito, adotem as melhores práticas de produção e conservação do pescado e, também, saibam como comercializar o seu produto. Isso, Luciano, significa que estamos investindo no aumento da competitividade da indústria da pesca.
Apresentador: O governo também vai ajudar a garantir a venda desse peixe?
Presidenta: Vai sim, Luciano. O PAA, Programa de Aquisição de Alimentos, que é um programa que eu gosto muito, vai comprar até 20 mil toneladas de pescado por ano dos produtores, o que significa, para você ter uma ideia, um aumento de quatro vezes em relação ao que compramos hoje. Esse peixe vai ser usado, por exemplo, na merenda escolar. Vamos levar para as nossas crianças um produto saudável e rico em proteínas e, ao mesmo tempo, garantir ao aquicultor a venda de parte da sua produção por um preço justo.
Apresentador: O Plano Safra da Pesca também vai ajudar as famílias mais pobres, presidenta?
Presidenta: Ah, vai sim, Luciano. Hoje, cerca de 380 mil famílias que vivem da pesca ainda estão na pobreza extrema. Muitas dessas famílias estão nos mangues ou nas comunidades ribeirinhas. O que nós queremos, Luciano, é melhorar a vida dessas famílias, garantindo a elas o direito de ter um trabalho, de produzir e gerar sua própria renda. Ao melhorar a vida desses pescadores brasileiros e de suas famílias, Luciano, estamos dando a eles a oportunidade de também participar deste novo Brasil, mais desenvolvido e mais justo, que estamos construindo, juntos, a cada dia.
Apresentador: Presidenta, infelizmente, o nosso tempo hoje chegou ao fim. Obrigado por mais esse Café, que tratou de um tema tão gostoso, que é o peixe.
Presidenta: Antes de encerrar eu queria te falar uma coisa: nessa quinta-feira, às 11h, lá no Palácio do Planalto, nós vamos lançar o Plano Safra da Pesca e da Aquicultura. Uma boa semana para você e para os nossos ouvintes!