O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, está intensificando suas investigações sobre o aumento de grupos neonazistas no Brasil, conforme informações da Folha de S.Paulo.
Após uma missão em Santa Catarina no início deste mês, onde foram realizadas oitivas com vítimas, autoridades e especialistas em Blumenau e Florianópolis, o CNDH agora direciona sua atenção para o Rio de Janeiro, com visitas programadas entre os dias 28 e 31 de maio.
O cronograma de investigação foi definido recentemente, com missões territoriais também planejadas para o Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. A relatoria do CNDH sobre este assunto foi instigada por uma representação da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), que solicitou uma investigação sobre o aumento das atividades e células neonazistas no país.
As viagens do CNDH têm como base um levantamento realizado pela antropóloga Adriana Dias, especialista no tema, morta em 2023. De acordo com seu estudo, entre 2017 e 2021, houve um aumento de 64% de grupos neonazistas no Rio de Janeiro, com 34 atividades desse tipo mapeadas no estado durante esse período.
Um relatório final será elaborado pelo conselheiro Carlos Nicodemos e pelo representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no CNDH, Hélio Leitão.
Vale destacar que o órgão também solicitou uma audiência à Comissão Interamericana de Direitos Humanos para apresentar um panorama sobre o tema no país, aproveitando que a corte realizará sessões no Brasil em junho.
O CNDH alerta para um “cenário alarmante de crescimento” desses grupos, com um aumento do discurso de ódio, especialmente direcionado a mulheres, população negra e LGBTQIAP+.
Além disso, o conselho acionou a Organização das Nações Unidas (ONU) para que a situação do Brasil seja incluída em um relatório sobre formas contemporâneas de racismo em elaboração pelo órgão internacional.