O governo do estado de São Paulo publicou no sábado (18) uma resolução criando um programa de recuperação intensiva para os alunos que não atingiram 75% de frequência nas aulas ao longo de 2021. As escolas devem indicar até esta quinta-feira (23) a lista de estudantes aptos ao programa.
A decisão foi tomada levando em conta todas as dificuldades impostas pela pandemia e, segundo a pasta, as notas também não vão ser um fator decisivo para aprovação. Quem teve frequência de pelo menos 75% da carga horária deve ser aprovado, independentemente da nota.
De acordo com a gestão estadual, os alunos que não atingirem o patamar mínimo de frequência serão reavaliados pelo conselho de classe de cada escola e cada caso será avaliado individualmente e serão encaminhados para um programa intensivo de recuperação, que deve acontecer do dia 4 a 21 de janeiro de 2022.
Neste programa, os alunos terão uma carga de aulas para recuperar o conteúdo que não foi assimilado durante no último ano letivo.
O chefe de gabinete da Secretaria Estadual de Educação, Henrique Pimentel, afirmou que a recuperação de janeiro terá cinco aulas regulares por dia, cinco dias por semana.
“É uma chance para que esses alunos possam ter uma chance ainda de progredir para o próximo ano letivo. Após o período de recuperação, o conselho se reúne e decide quais alunos conseguiram performar bem e seguirão para o próximo ano e quais alunos serão reprovados e neste ano letivo”, disse Pimentel.
“A gente não trabalha com aprovação automática no estado de São Paulo. A gente melhora isso com recuperação, material didático e formação de professores, que são as nossas estratégias pedagógicas para o ano de 2022”, completou.
De acordo com a secretaria, o aluno que participar da recuperação de janeiro deverá ter frequência mínima de 75% nas aulas para que sejam reavaliados pelo conselho de classe e possam progredir para o próximo ano de formação.
O diretor do Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), Ernesto Martins Faria, afirmou que é preciso dosar as políticas para evitar a evasão escolar e o estigma nos alunos.
“Se a gente olha para o elemento aprendizagem, gera uma preocupação sobre a gente estar aprovando alunos que não comprovaram o bom desempenho. E aí passa por outras políticas além do aprovar e reprovar. Tem que ter um modelo de acompanhamento pedagógico, de acompanhamento escolar durante todo o ano letivo”, afirmou Faria.
“Nós ainda estamos num contexto de pandemia e alguém alunos precisam ser priorizados. Tem muitos alunos que ficaram muito pouco tempo na plataforma de aprendizagem da Secretaria de Educação. Acho muito importante garantir um fluxo escolar com boas taxas de aprovação para não gerar estigma e mais um elemento que favoreça a evasão escolar. A reprovação não é a solução”, completou.