Os detentos de 179 unidades prisionais do estado de São Paulo voltarão a ter contato físico com os familiares a partir deste sábado (20). As visitas íntimas continuam proibidas e o uso da máscara segue obrigatório.
Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), as regras para as visitas foram flexibilizadas em razão do avanço da vacinação contra a Covid-19. De acordo com a pasta, 95% dos presos do estado estão com o esquema de imunização completo.
“O índice de letalidade da população prisional atualmente é de 0,52%, sendo que não temos óbitos entre os presos desde agosto desde ano”, diz Carolina Passos da Silva, diretora do Programa de Atenção ao Egresso e Família.
Para evitar aglomeração, as visitas serão em esquema de revezamento. Algumas famílias vão aos sábados, outras, aos domingos. O Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, na Zona Oeste da capital, espera receber, em média, cem visitantes por dia.
Quem for até os presídios no dia da visita pode levar até 2 kg de comida pronta e uma garrafa pet de refrigerante de dois litros, lacrada.
Pessoas com mais de 60 anos ou gestantes só poderão entrar se apresentarem carteirinha com vacinação completa. Já quem tem entre 18 e 59 anos não precisa apresentar comprovante de vacinação na hora da revista. A entrada de crianças ainda não é liberada nas unidades prisionais.
A associação que representa os amigos e os parentes dos presos diz que a medida já poderia ser repensada.
“Isso afeta até a saúde, o emocional, traz um impacto negativo muito grande para a criança. Ela vai ficando irritada, vai trazendo irritação porque a saudade traz um sentimento de rompimento de vínculo”, diz Miriam Duarte Pereira, fundadora da Associação de Amigos/as e Familiares de Presos/as.
Segundo a SAP, os detentos vão ser observados por duas semanas após as visitas. Essa avaliação será necessária para que outras medidas de flexibilização sejam adotadas, como a permissão para a entrada de crianças.
Sobre a não obrigatoriedade da apresentação da carteirinha de vacinação para quem tem menos de 60 anos, a secretaria informou que essa exigência ocorre somente quando há aglomeração de pelo menos 500 pessoas, o que não é o caso durante as visitas.