O Governo de São Paulo anunciou nesta terça-feira (16/4) durante reunião do Centro de Operações de Emergências (COE), novas medidas de enfrentamento da dengue no Estado. Como parte das medidas adotadas, está prevista a aquisição de 6 mil litros de adulticida (inseticida usado no combate a formas adultas do mosquito Aedes Aegypti) para serem repassados aos 645 municípios paulistas.
Desse total, 4 mil litros têm previsão de chegada na sexta-feira (19/4) para início da distribuição às cidades. Os 2 mil litros restantes estão em processo de importação. No total foram investidos R$4,3 milhões para compra do insumo.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES-SP) também já investiu R$9,7 milhões em medicamentos e insumos para o combate à doença. Atualmente, está sendo priorizada a distribuição para os 108 municípios com Decreto de Emergência em Saúde Pública, com ampliação às demais regiões.
Além disso, serão transferidos R$5,1 milhões para os municípios adquirirem repelentes específicos para a população gestante, que atenderá cerca de 50 mil mulheres no Estado, conforme publicado na resolução SS nº 76, de 12 de abril de 2024.
A SES anunciou também a compra de 133 equipamentos de nebulização portátil e mais seis de nebulização ambiental, que são acoplados nas viaturas. Estes equipamentos estão em fase de licitação emergencial e auxiliará todas as regiões do Estado nas ações de combate às arboviroses urbanas.
Durante a reunião também foram anunciados 28 novos leitos de enfermaria para o Instituto de Infectologia Emílio Ribas, somando 56 leitos para o tratamento de pacientes diagnosticados com dengue, sendo dez deles da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Toda a rede de leitos hospitalares permanece monitorada para atender aos casos graves e de alta complexidade da doença.
“São medidas complementares, mas igualmente fundamentais para reforçar a prevenção ao vetor da dengue e, ao mesmo tempo, garantir assistência especializada aos pacientes com quadros mais graves da doença na rede estadual de saúde”, afirma Eleuses Paiva, secretário de Estado da Saúde de São Paulo.
Ações integradas
Entre as principais ações, a SES disponibilizou capacitações aos trabalhadores da saúde dos 645 municípios por meio de cursos e treinamentos online para manejo clínico, organização dos serviços e atendimento para arboviroses. Atividades educativas em escolas, rodovias e pontos de grande circulação como estações de trem e metrô, e campanha no carnaval, também foram promovidas.
Em 6 de fevereiro, o Governo criou o Centro de Operações de Emergências (COE) e a sala de situação, com a participação de oito secretarias, Cosems e Exército. No mesmo mês, antecipou o pagamento de R$205 milhões do IGM SUS Paulista aos 645 municípios.
Para ampliar a transparência no acesso aos dados, o Governo lançou duas importantes ferramentas: o Painel de Monitoramento da Dengue (dengue.saude.sp.gov.br) e o portal www.dengue100dúvidas.sp.gov.br.
A SES também investiu para dar agilidade no resultado dos testes em até 70%, no Instituto Adolfo Lutz (IAL), com automatização dos exames com novos equipamentos.
Para conscientizar ainda mais a população, foi veiculada em diferentes mídias a campanha publicitária “A água mais mortal pode estar no seu quintal”.
Após o anúncio na última reunião do COE, o primeiro comitê estadual de investigação de óbitos por arboviroses urbanas, já realizou duas reuniões.
Foram realizados treinamentos durante o mês de fevereiro com a Defesa Civil, que está em parceria com a SES até o final de maio para ações semanais nas rodoviárias, CPTM e Metrô. Além disso, a SES contou com o apoio do Exército e da Defesa Civil nas atividades de limpeza urbana e orientação à população.
Uma webconferência sobre “Manejo clínico do paciente com dengue”, juntamente com outras ações, foram desenvolvidas com a Coordenadoria de Regiões de Saúde, Coordenadoria de Controle de Doenças, e com os Departamentos Regionais de Saúde, Centro de Vigilância Epidemiológica e Grupo de Vigilância Epidemiológica.
Foi elaborada nota informativa conjunta entre o Instituto Adolfo Lutz e o Centro de Vigilância Epidemiológica sobre fluxos de notificação, informação, investigação, encerramento oportuno e rotinas do laboratório.