Até o final da atual a temporada os clássicos paulistas serão disputados com torcida apenas do clube mandante, ou seja, torcida única.
Assim foi determinado numa reunião ocorrida na noite desta segunda-feira entre representantes da Federação Paulista, da Promotoria do Estado e da Secretária de Segurança Pública do Estado de São Paulo, no centro, como resposta aos conflitos ocorridos entre torcedores de Corinthians e Palmeiras no domingo.
Foram quatro confrontos na região metropolitano. Um homem, de aproximadamente 60 anos e ainda não identificado, morreu com uma bala perdida, em São Miguel Paulista. E um vagão de um trem do metrô foi depredado na estação do metrô do Brás.
Além de clássicos com torcida única até o final desta temporada, outras duas medidas foram anunciadas durante a reunião: proibir que os clubes repassem ingressos para as torcidas organizadas, forçando que eles comprem, de forma individual, on-line, mediante cadastro com CPF, e impedir os integrantes desses grupos de entrarem nos estádios com faixas, bandeiras e qualquer outro item que faça alusão ao nome das organizadas.
“Uma medida sozinha não faz mágica. Por isso acordamos essas três. Torcida única e a proibição de adereços das torcidas já vigoram a partir de amanhã. A questão da venda será dado um tempo de adpatação aos clubes”, disse Alexandre de Moraes, secretário de segurança pública do Estado de São Paulo, em coletiva.
O vice-presidente da Federação Paulista, Fernando Solleiro, que representou a entidade na reunião, confirmou que os clássicos com torcida única e a proibição de uso de adereços das organizadas já estão valendo, inclusive em jogos pela Copa Libertadores.
BANIMENTO E BLOQUEIO DE BENS
Segundo Moraes, os torcedores identificados na confusão no metrô vão ser banidos dos estádios por tempo indeterminado, serão punidos criminalmente e as torcidas das quais eles fazem parte terão de ressargir os prejuízos da estação, com a penhora de bens.
“Será pedido a identificação com fotos para controle e esses torcedores serão banidos dos estádios por um longo período. Não para sempre porque pena de prisão perpétua não existe no Brasil e não é possível. Também ingressaremos na procuradoria para que seja feita uma ação contra a Mancha e a Camisa 12 e para que eles reparem os danos, inclusive com penhora dos seus ativos”, disse o secretário.
ERRO TER LIBERADO OS TORCEDORES
Aproximadamente 27 torcedores foram detidos por causa das brigas, deram depoimento, assinaram um termo e foram liberados pelo delegado, o que na avaliação de Moraes foi um erro. Para ele, o ato deveria ter sido tipificado de outra maneira.
Dentro da autonomia funcional do delegado, ele tipificou de uma forma [artigo 41 do Estatuto do Torcedor]. Eu faria de outra forma. Direito não é uma ciência exata. Quem tem autoridade pra tipificar um crime é o delagado. Por isso que a tipificação do boletim de ocorrência não é a mesma utilizada no inquérito, assim como não será a mesma que o promotor vai usar na denúncia. Eu, Alexandre, não como secretário, mas alguém da área jurídica, tipicaria como participação de homicídio em dolo eventual”, completou o secretário.