A Globo divulgou nesta terça-feira (8) uma série de ajustes em sua grade de programação para janeiro que chamou a atenção por comportar o anúncio do fim do “Vídeo Show” , um dos programas mais emblemáticos da casa e que já estava no ar há 35 anos.
A atração enfrentava desde 2016 um problema crônico de audiência agravado nos últimos meses com sucessivas derrotas para os vespertinos da Record e do SBT.
Era pacífico nos corredores da emissora que mudanças drásticas se avizinhavam para sua grade com problemas pontuais nas manhãs, à tarde e com algumas atrações noturnas apresentando resultados pífios para os padrões do canal. Mas as mudanças aventadas já para janeiro, com todo um ar de improviso, demonstra impaciência da cúpula da Globo para com esses problemas.
A opção por tirar o “Vídeo Show” do ar ainda em janeiro e negar uma despedida solene ao programa antes da nova programação oficial – prevista para abril – reforça essa percepção. Assim como a ideia de diminuir o espaço do “Bom Dia Brasil” e ampliar dos noticiários matinais locais que focam mais em serviço e trânsito, algo fartamente explorado pela concorrência no horário.
São mudanças que poderiam ser acomodadas com maior planejamento quando da estreia da grade de 2019 em abril, mas que implementadas ainda em janeiro denotam que a emissora está realmente incomodada com o assédio das rivais a uma audiência que lhe era cativa.
A inclusão de um especial de “A Grande Família” após a “Sessão da Tarde”, que começará mais cedo em janeiro, expõe esse viés de improviso da Globo que não tinha com o que ocupar sua grade vespertiva neste momento. Mas sentiu que era melhor promover essa mudança agora do que continuar a sangrar com o combalido “Vídeo Show”.
Outra dedução possível da movimentação da emissora é que em abril mais mudanças significativas virão em sua grade . Para além da estreia de Fernanda Gentil no entretenimento – objeto de grande expectativa – é possível esperar mais pressão e volatilidade sobre programas e produtos em faixas específicas.
A Globo demonstra nesse raiar de 2019 que não vai abrir mão da liderança da TV aberta brasileira e, com as mudanças anunciadas no fim de 2018 em sua estrutura de comando, pretende interpretar de maneira mais ativa os sinais da audiência.