segunda, 25 de novembro de 2024
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Gaviões critica medidas de combate à violência nos estádios de SP

A Gaviões da Fiel, torcida organizada do Corinthians, criticou hoje (5) as medidas tomadas em conjunto pela Federação Paulista de Futebol (FPF), pelo Ministério Público e pela Secretaria de Segurança…

A Gaviões da Fiel, torcida organizada do Corinthians, criticou hoje (5) as medidas tomadas em conjunto pela Federação Paulista de Futebol (FPF), pelo Ministério Público e pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo, que determinam, entre outras coisas, torcida única nos clássicos que serão disputados no estado.

“Colocar clássicos com torcida única não coibirá o livre trânsito de torcedores rivais em lugares distantes dos estádios, conforme já acontece”, disse a organizada.

“Generalizar o problema da violência apenas com a proibição das organizadas em estádios paulistas trata-se não apenas de punir quem nada fez, mas deixar de punir quem de fato tenha cometido atos violentos. A falta de punições individuais, investigações inteligentes, identificações nos estádios, e várias outras medidas, são o que de fato estimulam torcedores mal intencionados”, acrescenta a Gaviões da Fiel no texto.

Para a torcida organizada, as medidas anunciadas ontem (4) não têm “qualquer eficácia prática”. “As ações que anunciaram não se diferem das adotadas anos atrás, que se comprovaram completamente inúteis no que diz respeito ao combate à violência entre torcedores. Repetir as mesmas ações de outrora é dar intermináveis murros em ponta de faca”, disse a Gaviões, que se colocou à disposição do Poder Público para discutir e apontar soluções para o problema.

Na nota, a torcida organizada do Corinthians disse ainda que o Poder Público “falha no esforço para punir de fato os indivíduos que cometem atos violentos” e tenta transferir a responsabilidade dessas punições para os dirigentes de torcidas.

Protesto

A Gaviões disse ter estranhado “a série de coincidências” que antecederam o clássico [entre Palmeiras e Corinthians, no último domingo, pelo Campeonato Paulista], como uma invasão autorizada de policiais à sede da organizada, um dia após protesto realizado por eles na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), pedindo a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) da merenda escolar.

Nos últimos jogos do Corinthians, a Gaviões tem levado faixas nos estádios cobrando a investigação do desvio de dinheiro da merenda escolar no estado. A organizada defende principalmente a investigação do presidente da Alesp, o promotor e deputado Fernando Capez, um dos nomes suspeitos de participação no caso da merenda.

Entre as medidas anunciadas ontem, também está a proibição da entrada de torcedores com faixas nos estádios.

A Gaviõs da Fiel também diz ser contra “qualquer ato de vandalismo e/ou violência” e que eventuais ações desse tipo entre seus torcedores não têm “o incentivo ou o consentimento” da diretoria da organizada. “Não assumimos a responsabilidade e autoria de brigas, principalmente por considerarmos que as mesmas não tem ligação direta a qualquer tipo de entidade”, diz a nota.

Para a Gaviões, a violência entre torcedores é “reflexo da violência diária” e “não simplesmente fruto de torcidas violentas”.

Violência

Na manhã do último domingo (3), um pedestre que passava pela Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra, mais conhecida como Praça do Forró, próxima à estação ferroviária São Miguel Paulista, morreu baleado após confrontos entre torcedores do Palmeiras e do Corinthians. A vítima foi identificada, mas ainda não teve o nome divulgado. O responsável pelo disparo não foi identificado.

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