As despesas eleitorais dos candidatos durante o 1º turno das eleições de 2020 aumentaram quase 78% em relação às duas etapas da última disputa municipal, em 2016.
Segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os gastos em 2020 atingiram a casa dos R$ 6,4 bilhões. Quatro anos antes, as despesas de campanha foram de R$ 3,6 bilhões.
Esse crescimento acontece ao mesmo tempo em que também há uma elevação no número de candidaturas. O índice de aumento dos gastos de campanha é, no entanto, consideravelmente maior.
Enquanto as despesas aumentaram quase 78% de quatro anos para cá, a quantidade de candidatos teve um crescimento de apenas 14%: saltou de 469 mil em 2016 para 537 mil em 2020.
Neste ano, os candidatos gastaram mais dinheiro com doações financeiras a outros candidatos ou a outros partidos. De acordo com o site da Justiça Eleitoral, despesas dessa espécie bateram R$ 1,9 bilhão – cerca de 30,7% do total dos gastos.
Nas eleições anteriores, as maiores despesas foram com a impressão de materiais impressos para publicidade: cerca de R$ 509,9 milhões, o que corresponde a 13,9% do total.
Houve aumento também no valor gasto pelos candidatos na produção de programas de rádio e TV em 2020. Segundo o TSE, as campanhas desembolsaram R$ 219,7 milhões neste ano ?10% a mais do que foi gasto em relação à disputa municipal de 2016.
Doações
Outro montante que apresentou crescimento em 2020 foi o de doações. Só no 1º turno, as campanhas receberam R$ 1,42 bilhão em donativos, 5% a mais do que nos dois turnos das eleições de 2016, quando o total de doações foi de R$ 1,34 bilhão.
Apesar do aumente, os números sobre donativos disponíveis no site do TSE podem não refletir a realidade tal qual ela é. Exemplo disso é o maior doador do 1º turno das eleições de 2020. De acordo com a Justiça Eleitoral, o nome dele é Joacimar Slva Mendes Linhares, que teria doado R$ 600 milhões a uma candidatura a prefeito da cidade de Alvinópolis, no interior de Minas Gerais.
Linhares, no entanto, não doou essa quantia. Em entrevista ao SBT News, ele afirmou que deve ter acontecido algum erro e revelou ter doado R$ 6 mil à campanha de Maurosan, candidato do MDB à prefeitura da cidade onde mora.
“Foi um erro. Alguém errou na hora de digitar os zeros. Eu só transferi os seis mil cruzeiros e mais nada”, afirmou ele, que é vendedor de carros.
“Para que eu pudesse doar isso, teria que vender a cidade inteira. Eu não entendi nada desse trem ai, não”.
Em nota, o TSE informou que esse tipo de erro é comum.
“Não é incomum casos de erro material no preenchimento da prestação de contas. Neste caso, o erro pode ser corrigido de ofício e por iniciativa do prestador de contas (candidato ou partido) antes do pronunciamento técnico ou por diligência da Justiça Eleitoral, após o exame da prestação de contas”, diz o texto.