No quinto escândalo do Lula 3, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, foi pego usando dinheiro público para custear a viagem de três servidores de sua pasta para participar de uma micareta, em Aracaju (SE), em novembro do ano passado. O gasto passou de R$ 18,5 mil. Mas não é só. No registro da viagem, para justificar o gasto, Macêdo mentiu que participaria de um encontro oficial do governo em uma ONG em uma cidade vizinha à capital sergipana. Não há registro de nada disso na agenda dele.
Cliques
Apesar da justificativa oficial – descoberta pelo jornal O Estado de S. Paulo -, o ministro não postou nenhuma foto ou vídeo do encontro na ONG Instituto Renascer Para a Vida, instalada em Nossa Senhora do Socorro, vizinha a Aracaju, em suas redes sociais. No X-Twitter, porém, lascou 28 imagens e um vídeo da folia. Detalhe: Aracaju é o reduto eleitoral de Macedo. Nenhum telefone da ONG funciona, segundo o Estadão.
Tudo ficou claro
Em uma das fotos, o ministro está ao lado de Lurian Lula da Silva – filha do presidente Lula – e Danilo Segundo, pré-candidato do PT à Prefeitura de Barra dos Coqueiros (SE), neste ano.
Os micareteiros
Além do folião Macêdo, ao bloco da da Secretaria-Geral de Lula ainda teve o fotógrafo Bruno Fernandes da Silva, conhecido como Bruno Peres e autor das fotos no X-Twitter; o assessor Yuri Darlon Góis de Almeida e a gerente de projetos Tereza Raquel Gonçalves Ferreira. Todos têm salário de R$ 11,3 mil e receberam R$ 10,2 mil em diárias, fora o gasto com as passagens de avião.
Devolver o dinheiro, sim!
A Secretaria-Geral da Presidência de Lula informou que vai apurar o caso em uma sindicância e o Ministério Público pediu para o TCU (Tribunal de Contas da União) apurar possível irregularidade. Macêdo disse que vai pedir o dinheiro de volta aos servidores e que o gasto foi “um erro de registro”. E ninguém será punido.
É o quinto
Um rosário de escândalos, desmandos e corrupção se forma na esteira do primeiro ano de Lula de volta à cena do crime. Antes de Macedo já se enrolaram com mal uso de dinheiro do povo: Nísia Trindade (Saúde), Juscelino Filho (Comunicação) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos). Juscelino é o campeão, com duas acusações relacionadas a favorecimento próprio com verbas federais. E Lula? Nada.
Na boquinha da Dilma
Marcia Westphalen é uma gaúcha de 42 anos que fala três idiomas e é bacharel em Direito. E também foi cabeleireira de Dilma Rousseff – o item que mais pesou em seu currículo, certamente, para ganhar uma boquinha como coordenadora de viagens e transportes na EBC (Empresa Brasileira de Comunicação, em Brasília (DF), com salário de R$ 11,2 mil.
E nem precisa mais arrumar o cabelo da ex-chefe.
Não vai ficar assim
O deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) revelou em suas redes sociais que vai levar um pedido de convocação do ministro-chefe da Secom, Paulo Pimenta – o comandante da EBC – para explicar à Comissão de Fiscalização e Controle, da Câmara, a indispensável e, claro, criteriosa contratação de Marcia.
Se deu mal
O corte de um trecho de uma entrevista concedida por Valdemar da Costa Neto, presidente nacional do PL, ao jornalista Darwin Valente em 15 de dezembro de 2023, e que viralizou nas redes sociais nesta sexta-feira (12), vai exigir mais e mais explicações do cacique do partido de Jair Bolsonaro. No trecho, Valdemar diz que “Lula fez um bom governo e até elegeu a Dilma”. E acrescenta: “não posso falar mal de um governo do qual fizemos parte”, em relação ao apoio do PL ao petista em seu segundo mandato.
Vai se dar mal
A direção do PL emitiu uma nota de repúdio, nesta sexta, contra a militante do PT, Elenira Vilela, que propôs “destruir politicamente” e “quiçá de outras formas” a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro para evitar que ela se candidate em 2026. A afirmação, em tom de ameaça, foi feita durante uma live que contou com a participação do ex-presidente do PT José Genoino, em 2023. O recorte foi evidenciado nesta semana. O PL diz que vai processar Elenira judicialmente por ameaça de morte.
FRASE
Do jurista, ex-ministro das Relações Exteriores nos governos de Fernando Collor de Melo de Fernando Henrique Cardoso, e professor de Direito Internacional, Celso Lafer, sobre o apoio de Lula à denúncia feita pela África do Sul no Tribunal Internacional Penal contra Israel, em carta enviada ao ministro-chefe do Itamaraty, Mauro Vieira, nesta sexta.
“É um deslize conceitual de má-fé valer-se da imputação de genocídio para discutir as controvérsias jurídicas relacionadas à aplicação do direito humanitário e aos problemas da situação humanitária prevalecente em Gaza.”