Uma jovem de 18 anos morreu na madrugada deste sábado (dia 18) em uma festa no festa no condomínio Village Damha 1, em Rio Preto. A principal suspeita é que a estudante tenha sofrido uma parada cardiorrespiratória após inalar gás de buzina. O corpo da jovem foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) onde passou por exames.
De acordo com informações da Polícia Militar, a estudante universitária Maria Luiza Peres Perossolo, 18 anos, estava em uma festa de amigos quando foi até uma loja de conveniência e comprou uma buzina a gás.
A jovem então teria retornado para o condomínio e passou inalar o gás por diversas vezes. Em determinado momento a estudante passou mal e se debruçou sobre a mesa. Amigos que estavam próximo perceberam que a jovem estava inconsciente e entraram reanima-la através de massagem cardíaca.
O Corpo de Bombeiros foi acionado e quando a viatura de resgate chegou ao local a estudante já estava sem vida. A Polícia Militar e peritos do Instituto de Criminalista (IC) compareceram ao local.
Ao término do trabalho da perícia, o corpo de Maria Luiza foi encaminhado Instituto Médico Legal (IML) onde passou por exames necroscópicos, que poderão apontar as causas da morte.
Nas redes sociais a morte da estudante causou comoção entre muitos amigos e colegas.
O gás tem sido usado por jovens como uma droga alternativa e que provoca tontura e alucinações. Logo após a morte do estudante de medicina, a farmacêutica Gisela Cipullo Moreira, do Centro de Toxicologia do Hospital de Base de Rio Preto, o Ceatox, durante entrevista a Gazeta de Rio Preto explicou os malefícios que a inalação do gás pode causar ao usuário.
“Ao inalar o gás de buzina, pode causar diversos problemas. Por exemplo, no coração causa arritmia e em alguns casos até enfarto. Já no sistema respiratório, o gás entra a uma temperatura baixa causando edema e asfixia. Também pode proporcionar o deslocamento do oxigênio, cansando sensação de euforia, aluminações. Muitos não têm o conhecimento de que a queda da quantidade de oxigênio também pode causar desmaios, convulsões e em alguns casos até a morte”, ressalta.
A farmacêutica também explica que é usada uma combinação de gases na fabricação do gás armazenado nas latas das buzinas. “São utilizados dois derivados do petróleo que são o butano e propano. Este mesmo tipo de gás também é utilizado, em dosagens distintas, em isqueiros, botijões, geladeiras e aparelhos de ar-condicionado” explica.
Em Fernandópolis
Em fevereiro o estudante de medicina Luciano André Zaparoli, de 33 anos, foi encontrado desmaiado em sua casa e apresentava quadro de parada cardiorrespiratória. Ele chegou a receber atendimento médico, mas morreu antes de chegar à Santa Casa de Fernandópolis.
A suspeita é de que o estudante possa ter inalado gás de buzina, tendo em vista que os investigadores da Polícia Civil encontraram no quarto dele, diversos frascos de buzina de pressão à base de gás.
Os laudos da morte do estudante de medicina ainda não foram divulgados, mas se for confirmada que a causas foram em decorrência da inalação de gás de buzina, não será o primeiro registro em Fernandópolis.
Em 2009, a estudante de medicina Mariana Finazzi de Almeida, na época com 20 anos, morreu após inalar gás de buzina, quando participava de festa universitária em uma chácara. Relatos apontam que a jovem havia bebido cerveja, vodca e inalado o conteúdo de um frasco antes de passar mal.
Entre a vida e a morte
Em janeiro uma estudante de 17 anos ficou internada na Unidade de Pronto Atendimento (UTI) do Austa, em Rio Preto, por nove dias após inalar gás de buzina durante uma festa entre jovens em um condomínio de luxo.
Ela foi socorrida às pressas ao hospital onde sofreu duas paradas cardiorrespiratórias. Foi reanimada e submetida ao coma induzido.
Dias após o incidente, o vereador Paulo Pauléra (PP) apresentou um projeto na Câmara de Rio Preto que vetaria a venda de buzinas de gás. O projeto proposto pelo vereado ainda não foi votado e também não existe previsão.
Caso venha ser aprovado, estabelecimentos que foram flagrados comercializando o produto serão penalizados em R$ 5 mil e terá a suspensão do alvará em caso de reincidência.
Gazeta de Rio Preto