“Pegue os últimos três presidentes da CBF: um está preso nos EUA, o outro não sai de casa em São Paulo, e o outro não sai de casa no Rio de Janeiro. Será que eu estou errado?”
Esqueça o Galvão Bueno ufanista e ferrenho defensor do futebol brasileiro. Em entrevista exclusiva ao repórter Daniel Lian, da Rádio Jovem Pan, o principal narrador da Rede Globo falou grosso. Definiu o atual momento do futebol canarinho como o “pior da história” e não poupou sequer Neymar.
Questionado se o camisa 10 do PSG e da Seleção Brasileira seria, em algum dia, o melhor jogador do mundo, Galvão disparou: “eu não sou adivinho! O Neymar é um grande jogador, um grande craque. Ele pode vir a ser (o melhor do mundo)… (Mas) o ‘menino Neymar’ não existe mais! Aos 27 anos, ele não é mais menino! Então, agora, tem de ter um caminho muito firme, muito sério, para a próxima Copa do Mundo. Ele pode vir a ser (o melhor do mundo), mas não é fácil”.
Perguntado sobre como analisava o atual momento do futebol brasileiro, o narrador foi ainda mais enfático: “muito mal! Não ganhamos um jogo eliminatório de um time europeu em Copa do Mundo desde 2002, quando batemos a Alemanha. Perdemos para a França em 2006, para a Holanda em 2010, para Alemanha e Holanda em 2014 e, agora, para a Bélgica em 2018. Das últimas quatro edições de Sul-Americanos Sub-20, em três o Brasil não conseguiu ficar nem entre os quatro. Para mim, estamos vivendo o pior momento de toda a história do futebol brasileiro”.
Galvão, no entanto, mantém-se esperançoso. Para ele, o País pentacampeão mundial de futebol voltará à rotina de títulos se trabalhar sério sem que, para isso, deixe de respeitar as características de seus jogadores.
“Sempre tem uma luz no fim do túnel, mas é importante entender que o jogador brasileiro não é igual a um jogador da República Tcheca, ou a um jogador da Bélgica… Temos de trabalhar sério, taticamente, mas respeitando a qualidade e a cultura do futebol brasileiro. Eu tenho ouvido absurdos do tipo: ‘ah… deixa a bola com o adversário, que a gente toma e sai em contra-ataque!’. Como deixa a bola com o adversário? A bola é a essência do jogo! A bola é nossa! Precisamos retomar aquilo que é a nossa verdadeira história”, finalizou.