De coleira, roupas estilosas e uma “personalidade forte”, a galinha Nugget atrai olhares curiosos por onde passa. A ave de 1 ano e 7 meses vive com os donos, Paulo Leite e Raquel Angel, em Águas Claras, no Distrito Federal. Aventureira, ela anda de moto e curte passeios nas ruas da capital.
A Nugget é um animal perfeito. Ela tem a mistura certa do carinho e a animação de um cachorro, com a independência de um gato. Quando a gente chega em casa, é aquela bagunça”, diz o dono, orgulhoso.
Paulo é garçom e conta que comprou a Nugget, por R$ 8, em uma casa de agropecuária – quando ela ainda era um “pintinho estranho”. Ele levou o animal para casa na tentativa de sanar o medo de infância que a esposa tinha de aves. A recepção, no entanto, não foi a esperada.
Ele conta que, de início, Raquel não aceitou o novo pet no apartamento, mas com o passar do tempo, a família foi criando amor à ave. “O que eu ia fazer, jogar na rua? Não ia”, brinca Paulo.
A adaptação foi aos poucos. O casal decidiu então criar um “lar provisório” para Nugget e, até então, não sabia se era um galo ou uma galinha.
A família montou um poleiro de metal, construiu um castelo de madeira para a “princesa Nugget” viver dentro do apartamento e, seis meses depois, veio a surpresa: o “pintinho estranho” era uma galinha e pôs o primeiro ovo, que se quebrou ao cair no chão.
“Todo mundo queria saber se Nugget era galo ou galinha. Quase que a gente fez um chá revelação para ela”, lembra Paulo.
Estilo e personalidade na moto
Com o passar do tempo, a galinha foi ganhando espaço em casa e no coração da família. Nugget passou a andar de coleira, recebeu roupas e fantasias de todos os estilos e “adquiriu uma personalidade forte”, segundo os donos.
“Ela começou a seguir a gente dentro de casa e, assim, nós dois fomos criando amor. Ela fica piando quando a gente chega, sobe na mesa, na pia e fica deitada no pé quando a gente lava louça.”
Nas ruas, Nugget também chama a atenção. Aos dois meses, ela aprendeu a andar de moto e, cheia de estilo, desfila com o “pai” apoiada no guidão do veículo. A ave fica presa a uma guia e protegida pela viseira da moto.
De acordo com Paulo, ela curte os passeios e aprendeu a se segurar pelas garras no assento. Nugget desperta a curiosidade de quem vê a “galinha motociclista”. Ao ser perguntado se já foi parado alguma vez por guardas de trânsito, ele diz, certeiro: “Já, muitas vezes…. Mas para tirar fotos!”, brinca.
“Eles veem que o jeito que estou levando é seguro, que não oferece risco nem para mim, para os outros e e nem para ela.”
O garçom conta que antes de sair para a rua fez um passeio de teste na garagem do prédio e, em apenas um dia, a amiga aprendeu a andar como carona. “Também pesquisei regras de trânsito. Vi que cachorro e gato devem andar no banco de trás do carro, mas a lei só diz respeito ao carro e não a motos.”
No artigo 252, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê que é infração média dirigir o veículo “transportando de pessoas, animais ou volume à esquerda [do motorista] ou entre os braços e pernas”, no entanto, não traz especificações em casos de motocicletas, nem em casos de animais presos a coleiras.
Rotina em casa
Dentro do apartamento, a galinha aprendeu as regras. Os donos contam que Nugget sabe que não pode fazer cocô na cama e nem no sofá. Quando está no colo recebendo carinho, “ela dá uma bicadinha na mão e pede licença”.
Como uma galinha saudável, a ave põe ovos “dia sim, dia não”. A família prepara as próprias refeições com o alimento e conta que reduziu o consume de frango em casa desde a chegada da nova moradora.
“Não foi de propósito, foi gradual. No mercado, em vez de pegar frango, pegamos carne e outros produtos. Fomos perdendo o interesse.”
Ela também ganha festa de aniversário, gosta de ciscar no tapete artificial de grama que tem em casa e curte jogos mentais. “Gosta de fuçar, caçar em casa e de passear no parque. Levamos para ela não perder a essência de animal”.
Nugget também toma banho no chuveiro da casa e tem uma série de roupas próprias. “Tudo adaptado”, explica Paulo. “A coleira mesmo, nós prendemos em volta do peito e da asa. Usamos para ir ao shopping e para as pessoas entenderem que não é qualquer galinha, é um pet.”