Artilheiro da era Tite até a estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo, com dez gols marcados em 17 duelos, Gabriel Jesus não conseguiu repetir o mesmo desempenho nos cinco jogos que a equipe fez na Rússia.
O centroavante não marcou nenhuma vez, teve atuações apagadas e admitiu frustração após a derrota por 2 a 1 para a Bélgica, nesta sexta-feira, em Kazan, pelas quartas de final.
“Frustrante. Individualmente falando, me cobro muito, trabalhei muito. É difícil você abdicar de muitas coisas para chegar em um torneio tão grande, que todos sabem que é um sonho. Logo ali, depois da estreia, virou uma obsessão, o sonho ficou para trás, já estava vivendo isso. É muito frustrante, vai ser difícil assimilar isso. Parece que tiraram um pedaço de mim”, afirmou, em entrevista logo após o compromisso em Kazan.
A passagem de Gabriel Jesus pela seleção brasileira coincide com o trabalho de Tite à frente da equipe, pois a sua estreia foi exatamente a mesma do treinador, na vitória por 3 a 0 sobre o Equador, fora de casa, pelas Eliminatórias Sul-Americanas, quando marcou dois gols. Com apenas 21 anos, parece natural imaginar o atacante disputando a Copa do Mundo de 2022, mas o seu abatimento era tão grande nesta sexta-feira após a eliminação que ele exibiu preocupação até mesmo com a sequência da sua carreira.
“É muito cedo para falar da próxima Copa. Tenho que levar de aprendizado para a vida. Dá até medo do que pode acontecer, do que eu vou achar de mim mesmo”, afirmou Gabriel Jesus, que tem se destacado na sua breve carreira, por Palmeiras e Manchester City, mas agora admite perda de confiança após o desempenho pífio na Copa do Mundo.
A decepção tem sua razão de ser, pois Gabriel Jesus foi o primeiro centroavante titular do Brasil a não marcar sequer um gol desde a edição de 1974 do torneio. Para ser mantido na equipe por Tite, sempre teve o seu desempenho tático destacado, com a ajuda na marcação, como aconteceu principalmente no duelo com o México, em que auxiliou Filipe Luís na marcação pela lateral esquerda.
Um lance com Gabriel Jesus no começo do segundo tempo poderia ter ajudado a mudar o destino da seleção, pois o atacante reclamou de pênalti em disputa com Kompany, algo que não foi marcado pelo árbitro após consulta ao VAR (árbitro de vídeo), o que foi alvo de lamentações por parte do atacante. “Talvez fosse melhor ter deixado o lance seguir, cobrar o tiro de meta e não perder tempo esperando ele olhar o vídeo”, afirmou o atacante.