Funcionários do Fórum de São José do Rio Preto (SP) farão uma manifestação nesta terça-feira (31), às 17h, sobre a agressão sofrida por uma oficial de Justiça após a entrega de um mandado de medida protetiva. A agressão aconteceu no dia 28 de dezembro, em José Bonifácio (SP).
Mara Cristina Pires atua como oficial de Justiça há 31 anos. Ao sbtinterior.com ela disse que esta foi a primeira vez que passou pela situação. No dia do crime, ela estava trabalhando como plantonista no recesso de fim de ano.
“Eu cheguei no local e fui recebida pelo acusado. Inicialmente ele não demonstrou nenhum nervosismo com a minha presença e disse estar surpreso com o ofício. Ele ficou na área externa da residência, para dentro do portão, e disse que iria ligar para a vítima, questionando o motivo do mandado. Nesse momento eu já estava acionando a Polícia Militar por telefone, por questões de segurança. Foi quando ele me pegou desprevenida e me jogou no chão”, disse.
Após ser jogada no chão, a vítima perdeu a consciência. De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela PM, Mara teve a cabeça batida pelo criminoso várias vezes contra o próprio carro. Ela sofreu fraturas no nariz e no rosto.
Ainda segundo o registro policial, o agressor entrou na casa dele para pegar uma faca, mas viu a viatura se aproximando e fugiu pelos fundos. Ele permanece foragido.
“Nossa manifestação é para pedir mais proteção e segurança aos oficiais de Justiça e que a própria Polícia Militar faça a entrega dos ofícios de medida protetiva. Veja bem, eu sou uma mulher e isso facilitou para que o acusado me atacasse. É diferente de uma viatura da PM com dois policiais armados”, afirmou a vítima.
O Tribunal de Justiça de São Paulo manifestou repúdio ao episódio, prestou solidariedade à servidora e informou estar tomando as medidas cabíveis.
“São inaceitáveis os atos de violência covardes contra integrantes do Judiciário no cumprimento de suas funções, mulheres e homens que trabalham pela garantia da ordem pública, pela paz social e pelo cumprimento das leis. Tais situações não intimidam o Judiciário”, assinalou, em nota, o presidente da corte, desembargador Ricardo Anafe.
A Associação dos Servidores do Poder Judiciário do Estado de São Paulo (Assojuris) também repudiou publicamente a agressão: “Quando a violência se dá contra uma mulher, ela é ainda mais inaceitável e injustificável. Quando a violência se dá contra uma mulher no exercício de suas funções laborais, visado à proteção de uma terceira mulher, ela se torna ainda mais repugnante e covarde”.