quinta, 31 de outubro de 2024
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Fracasso na Cracolândia pode fazer governo rever conceitos de combate contra as drogas

Após finalizar inquérito sobre a ação da Polícia Militar na cracolândia, o Ministério Público entrou com ação civil pedindo à Justiça que o governo do Estado pague indenização de R$…

Após finalizar inquérito sobre a ação da Polícia Militar na cracolândia, o Ministério Público entrou com ação civil pedindo à Justiça que o governo do Estado pague indenização de R$ 40 milhões por danos morais coletivos.

Também foi pedida uma liminar que proíba que os policiais realizem as “procissões do crack”, termo criado pelo Estado para definir a dispersão permanente dos usuários, sob pena de multa R$ 100 mil.

Para os promotores, a ação foi “um fracasso completo”, violou direitos humanos e desperdiçou dinheiro público. “Começou de modo desastrado pela sua desarticulação, desenvolveu-se de modo violento e, se chegou ao final, chegou com resultado desastroso”, definiu o promotor da Habitação e Urbanismo, Maurício Ribeiro Lopes.

Segundo os quatro promotores que assinam a ação, a operação não quebrou a logística do tráfico de drogas, um dos objetivos da intervenção que começou em 3 de janeiro.

O inquérito também concluiu que a ação na região central foi malsucedida do ponto de vista de saúde. Três meses após a operação, de 129 internados, 86 não faziam mais tratamento. Entre os 43 que sobraram, a maioria não era da cracolândia.

Segundo o MP, a Prefeitura estabelece que o tratamento ideal contra o crack dura seis meses e tem eficácia entre 10% e 30% dos usuários.

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