O Jornal da Manhã desta segunda-feira, 31, contou com uma entrevista do meteorologista Mamedes Luiz Melo, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para falar sobre os fenômenos temporais que afetam São Paulo, provocando fortes chuvas, consequentes deslizamentos de terra, e alagamentos.
Segundo ele, a previsão é de que o Estado continuem enfrentando problemas com chuvas até a próxima quarta-feira, 2, quando a Zona de Convergência do Atlântico Sul deverá migrar em direção ao Rio de Janeiro.”Nessa área mais afetada na região metropolitana de São Paulo, tem previsão de chuva, mas não com tanto volume. Porém, qualquer 10 ou 20 milímetros que chove hoje, o solo já está muito encharcado, os rios já estão, praticamente, todos eles transbordando, então, é perigo. Hoje ainda há perigo na região metropolitana, mesmo que as chuvas sejam em menor quantidade do que em outras cidades do Estado de São Paulo. E deve permanecer esse cenário hoje, também na terça-feira, acredito que até quarta-feira ainda vamos ter chuva espalhada pelo Estado de São Paulo, com alguns volumes maiores. E, aí sim, uma trégua”, informou Melo.
Segundo ele, a Zona de Convergência do Atlântico Sul é o principal fenômeno que atua na região sudeste neste momento de verão. “Ela tem uma climatologia, que no finalzinho da primavera, já começa a atuar ali entre a Bahia e Minas Gerais, depois vem migrando mais ao sul, chegando em Minas Gerais, e, agora, neste período, ela atua entre São Paulo e Minas Gerais. Esse é o fenômeno que vem provocando essas chuvas volumosas”, afirmou. Recentemente, tanto a Bahia quanto Minas Gerais foram palco de tragédias relacionadas a fortes chuvas, deslizamentos e alagamentos, que deixaram desalojados, desabrigados e mortos. Segundo o meteorologista, até as 18 horas do último domingo, algumas cidades de São Paulo já haviam registrado mais de 200 milímetros de chuva, tendo ultrapassado a média do período. “O Estado de São Paulo já está no limite das chuvas em relação à média climatológica”.
Ele ainda pontuou que, no final desta semana, a Zona de Convergência do Atlântico Sul deve migrar para o norte, passando a atingir mais fortemente o Estado do Rio de Janeiro.