sexta, 15 de novembro de 2024
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Folião em crise: você gastaria o salário de um ano para pular o Carnaval?

Muitos dizem que o carnaval é uma manifestação popular onde todos podem se divertir, do folião mais pobre ao mais rico. Mas, isso não é uma verdade absoluta, principalmente, nessa…

Muitos dizem que o carnaval é uma manifestação popular onde todos podem se divertir, do folião mais pobre ao mais rico. Mas, isso não é uma verdade absoluta, principalmente, nessa época de crise. No cenário atual, o salário mínimo foi reajustado para R$ 465 e atualmente a grande maioria das famílias brasileiras não possuem renda familiar superior a R$ 2 mil. A taxa de desemprego está aumentando e a maioria dos trabalhadores está receosa em gastar para comemorar o Carnaval. Mas ao pesquisar preços nas principais atrações e roteiros do Carnaval em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, o folião – para participar – teria que gastar o equivalente ao salário de 1 ano para pagar gastos carnavalescos.

Turismo: a alta do dólar estimulou o brasileiro a pular o carnaval aqui mesmo no Brasil e nesse feriado a procura por pacotes turísticos nacionais está 20% superior em relação ao ano passado. Os pacotes mais vendidos são os mais modestos, com valores variando de R$ 500 a 900. O dólar que aumentou em 50% desde o início da crise fez a venda de pacotes internacionais despencar 40%.

Trios elétricos: Em 2006, os abadás custavam de R$ 70 a 180 em média. Nesse carnaval de 2009, os preços aumentaram bastante. Os trios elétricos mais caros cobram por dia, em média, R$ 750. Apenas os trios elétricos tradicionais encabeçados por artistas famosos estão conseguindo patrocínio de empresas privadas e vendendo todos os seus abadás. Trios menores e de destaque inferior não estão confirmando suas presenças porque não possuem verbas para cobrir os custos de apresentação que variam de R$ 250 a 400 mil destinados a pagamento de pagamento de bandas de músicos, aluguel de equipamentos de som, seguranças e cordeiros.

Desfile: assistir ao desfile da escola de samba que se ama de paixão na arquibancada nos sambódromos de São Paulo ou do Rio de Janeiro pode desfalcar do seu orçamento familiar de R$ 30 a 900. Já um posicionamento mais privilegiado de acompanhar o desfile nas frisas (junto à passarela) custa quase R$ 20 mil (exatos R$ 17.050,00). O folião que vai desfilar nas grandes escolas de samba também deve ter se assustado com os preços das fantasias, em média, R$ 600 (se for destaque, R$ 30 mil). Esse elevado preço é justificado, segundo as escolas de samba, por causa da valorização do dólar frente ao real. Segundo cálculos dos carnavalescos muitos materiais de acabamento das fantasias subiram até 70% (tecidos, plumas, pedrarias e paetês). Alguns materiais subiram menos, por exemplo, o aço usado na estrutura das alegorias. Mas também ele impacta nos custos porque é utilizado em grande quantidade, de 10 a 15 toneladas do produto.

Alternativa: busque desfiles gratuitos de bairro e de cidades do interior ou do litoral, menos badaladas. A estadia em hotéis e pensões nessas cidades custa menos que 70% em comparação com destinos turísticos tradicionais. Ficar na cidade de origem, mais vazia, permite o desfrute de cinemas e de parques com mais tranqüilidade.

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