quarta, 8 de janeiro de 2025
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Flordelis tratava filhos biológicos e adotados de forma diferente

As investigações da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), da Polícia Civil do Rio de Janeiro, levaram à descoberta de que a casa de Flordelis, em…

As investigações da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), da Polícia Civil do Rio de Janeiro, levaram à descoberta de que a casa de Flordelis, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, era dividida.

Os filhos biológicos e os primeiros a serem adotados, num total de oito, tinham acesso à melhor comida e a quartos melhores na casa em comparação aos outros 47 que chegaram depois.

Chamados de “primeira geração”, o grupo de oito tinha acesso à uma geladeira e a uma despensa, ambas localizadas no segundo andar da casa. Enquanto isso, os outros filhos dividiam quartos coletivos no terceiro andar ou então ficavam limitados à uma alimentação de qualidade inferior.

No café da manhã, pão sem manteiga. No almoço e jantar, o mesmo cardápio: arroz, macarrão e salsicha. Tudo de acordo com depoimentos prestados à polícia.

O cenário surpreendeu investigadores e é bem diferente do que era relatado por Flordelis nas últimas décadas, de que era uma casa de amor e solidariedade.

Há cerca de 30 anos, Flordelis acolheu cinco adolescentes em casa. Eles eram Anderson, Carlos André, Mizael e Cristiana. A pastora tinha três filhos biológicos de um primeiro casamento: Simone, Flávio e Adriano.

Anderson do Carmo foi namorado de Simone dos Santos Rodrigues, mas em 1998, ele se casou com a mãe dela, Flordelis, 16 anos mais velha que ele.

Depois chegou Daniel.

No segundo andar da casa, havia o quarto de Flordelis e Anderson. No cômodo ficava a geladeira à disposição desse grupo.

Os depoimentos dos filhos adotivos prestados à polícia e as investigações mostraram um cenário de mágoas e ressentimentos.

“Flordelis não tinha com ela um tratamento de amor de mãe e filha”, conta Roberta.

Daiane, outra filha, reforça o discurso:

“Entre os filhos adotivos, a sensação que tem é que foram e são usados por Flordelis e Anderson”.

Com o controle do dinheiro, Anderson passou a ser combatido por parte da família. Meses antes de morrer, ele foi parar no hospital.

O inquérito policial revelou que integrantes da própria família estavam tentando envenená-lo. Produtos foram colocados no suco, no feijão ou iogurte.

A filha Roberta presenciou duas irmãs passarem mal quando provaram a comida do pai. Suspeita, a filha biológica de Flordelis, Simone, disse que pesquisou o venene cianeto na internet apenas por curiosidade.

Para a polícia, o irmão Luan contou que ouviu Simone dizendo que “Anderson é ruim de morrer”.

Depois do crime, a família se dividiu entre os que ficaram ao lado da mãe e os que romperam com Flordelis.

De acordo com os depoimentos, para muitas das 55 pessoas que ela chamava de filhos, não deu amor ou carinho.

Uma frase de Flordelis é lembrada como ironia:

“Se eu tivesse que fazer tudo de novo, eu faria, porque valeu a pena”.

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