Uma tradicional competição de futsal, que tinha tudo para ter um belíssimo encerramento, infelizmente virou palco de ódio, com troca de agressões verbais entre torcidas e até atos de racismo e homofobia contra árbitros na noite desta última quinta-feira, (04/05/2023), em Potirendaba (SP). A final da Copa 21 de março foi marcada por um clima tenso em um episódio lamentável de ser presenciado no mundo do esporte.
A competição foi realizada no Ginásio de Esportes da cidade. Na abertura a categoria infanto juvenil disputou a final ouro, onde, quem levou a vitória foi a equipe Craques do Esporte, que derrotou o time do Real Madrid.
Na categoria adulta, o time Laranja Mecânica venceu a equipe do Neblina F.C. na final prata. Já na final ouro, também na categoria adulta, a equipe do Bar Sem Lona derrotou o time Farofa/Móveis Pereira.
Foi justamente na disputa da última categoria que a situação saiu do controle no ginásio de esportes. A rivalidade entre torcidas deu espaço para um clima tenso durante as faltas e também em cada gol marcado pelas equipes, com críticas duras sobre o trio de arbitragem.
A todo momento os torcedores das duas equipes ofendiam os árbitros e proferiam palavras de ódio. Nossa equipe presenciou, diversas vezes, um dos árbitros ser chamado de “macaco gordo” e “preto vagabundo” – inclusive com gestos. Outro árbitro também foi chamado de “viadinho”, por alguns indivíduos.
Copos de cerveja também foram lançados contra a equipe organizadora do município. Mesmo com a grande quantidade de seguranças e várias equipes da Guarda Municipal, as ameaças continuaram até o último instante da disputa.
Após o término da partida, a equipe de arbitragem precisou sair escoltada da quadra. Dentro do ginásio, atos de depredação do patrimônio público foram registrados, sendo que uma rede foi danificada e a porta de um dos vestiários quebrada.
A Prefeitura de Potirendaba emitiu uma nota em que repudia veementemente os acontecimentos na final da Copa 21 de Março de Futsal, bem como a depredação dos bens públicos do ginásio e qualquer tipo de preconceito sofrido pela arbitragem.
“Salientamos que foi lavrado boletim de ocorrência para que o caso seja apurado. Vale frisar que é justa toda comemoração e liberdade de expressão individual desde que não fira os direitos de outrem”, diz trecho da nota.
