

Após cinco meses influenciando o clima no Brasil e no mundo, o fenômeno climático La Niña chegou oficialmente ao fim. A confirmação veio da NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA), agência norte-americana responsável por monitorar o clima e os oceanos.


Segundo a instituição, o resfriamento das águas do Oceano Pacífico Equatorial, característico do fenômeno, perdeu força em março. Agora, o planeta entra na chamada fase neutra, um período em que nem La Niña nem El Niño estão atuando.
Apesar do nome, essa fase não representa estabilidade climática. Pelo contrário: sem os dois principais fenômenos que servem como guia para os meteorologistas, o clima tende a se tornar mais caótico e difícil de prever. “A previsão é que essa fase neutra continue pelos próximos meses, com mais de 50% de chance de persistir até o trimestre entre agosto e outubro”, explicou o portal Climatempo.
Durante a atuação da La Niña, o Brasil experimenta padrões climáticos típicos: aumento das chuvas nas regiões Norte e Nordeste e maior risco de estiagem no Sul. Com o fim do fenômeno, esses comportamentos tendem a se dissipar.

Agora, o Sul do Brasil pode alternar entre períodos de chuva e seca, enquanto o Norte e o Nordeste devem registrar uma leve redução nas precipitações. Outro ponto de atenção, segundo o Climatempo, é que fatores como o aquecimento do Oceano Atlântico também exercem influência significativa no clima brasileiro, o que torna o acompanhamento constante essencial.
A nova fase climática traz também um desafio extra para os especialistas. A chamada “barreira de previsibilidade da primavera” — fenômeno conhecido entre os meteorologistas — dificulta ainda mais a assertividade das previsões durante esta época do ano, que corresponde à primavera no Hemisfério Norte e ao outono no Brasil.
Com a ausência de um padrão definido no Pacífico, os modelos climáticos perdem uma referência importante para prever tendências de chuvas, secas e temperaturas extremas.
Enquanto o El Niño — conhecido por aquecer as águas do Pacífico e alterar o clima global — ainda não dá sinais de retorno imediato, o mundo permanece em compasso de espera. A imprevisibilidade deve ser a tônica nos próximos meses.
