A Secretaria Estadual de Educação de São Paulo trouxe uma notícia que consternou toda a comunidade da zona norte de Fernandópolis. A partir do ano de 2025, a Escola Estadual Professor Antônio Tanuri não oferecerá mais o ensino médio, depois de décadas atendendo aos adolescentes que residem naquela região da cidade.
Além disso, pais e alunos foram comunicados que os estudantes serão automaticamente transferidos para a Escola Estadual Carlos Barozzi, no bairro Brasilândia, localizada a mais de quatro quilômetros da unidade escolar que os adolescentes estudam hoje.
“Sou mãe de dois alunos do Tanuri. No começo do ano fomos informamos da possibilidade da escola não ter mais ensino médio e que atenderia apenas o ensino fundamental. No dia 24 de setembro desse ano, recebemos uma mensagem no grupo da escola falando que essa mudança não aconteceria mais. Dia 5 de novembro fomos convocados para uma reunião e fomos surpreendidos, porque nos falaram que, definitivamente, a unidade escolar não oferecerá mais o ensino médio e que os estudantes serão transferidos para o Barozzi sem ao menos nos consultar sobre o que seria melhor para nossos filhos.
Muitos estudantes serão prejudicados, o Tanuri tem cinco salas de ensino médio e atende a nove bairro. A Diretoria de Ensino alega falta de espaço, mas a escola sempre teve ensino médio. Com a mudança, meus filhos deixarão de ser atendidos a um quilômetro e casa e passarão a percorrer seis quilômetros para estudar. Como falar de educação sem ter empatia com a comunidade? Se peço para colocarem meus filhos em uma escola perto do meu trabalho, a Diretoria do Ensino diz não ser possível, porque precisa respeitar a geolocalização, mas esse argumento não está sendo usado para manter eles perto de suas casas”, disse a mãe Gesiane Bezerra Barbosa.
“Estão tirando os alunos de perto de casa e querendo mandá-los para muito longe. Infelizmente, essa mudança traz muito prejuízo para nossos filhos. Precisamos unir a comunidade e lutar em favor de nossos alunos, que estão muito bem nos estudos. Não gostaríamos de tirá-lo desta escola justamente no último ano de estudo. Sem contar que o transporte público escolar não é de boa qualidade, vamos colocar os adolescentes em risco”, falou a mãe Jéssica Carolina Pereira Egas.
“Tenho dois filhos no Tanuri, um deles fará o terceiro ano e o outro o primeiro ano do ensino médio no ano que vem. Eles sempre estudaram juntos, sempre gostei de ter eles na mesma escola, por conta das reuniões, dos dias de chuvas, de quando precisamos buscá-los. O Tanuri é perto de casa e dá para eles irem caminhando. Lá eles têm amigos que nós já conhecemos e também será difícil para eles se separarem dos colegas, dos funcionários e dos professores. Eles frequentam a escola das 14h15 às 21h15 e são apegamos à comunidade. Levá-los para mais longe será um grande problema para eles e gera uma preocupação em nós, pais”, declarou a mãe Suzilaine de Souza Pereira dos Santos.
“A escola Tanuri está a cinco quadras da minha casa. Assim, meu filho vai caminhando para lá. Como eles estudam até 21h30, ele chega bem rápido em casa. Indo para longe, ele vai chegar muito tarde, especial se tiver que ir de ônibus, devido às paradas em vários pontos. Sem contar que eu não dirijo e gosto de acompanhar o desempenho do meu filho na escola. Com ele estudando no Barozzi, ficará mais difícil para eu participar das reuniões de pai”, desabafou a mãe Mirlene Pimentel.